Hedgepoint reduz estimativa de produção de soja no Brasil para 153 milhões de toneladas
A Hedgepoint Global Markets reduziu nesta terça-feira (16/1) sua estimativa de colheita de soja no Brasil em 2023/24 para 153,4 milhões de toneladas. Em dezembro, a projeção apontava para um número de 160 milhões.
“Por trás desse declínio está um dezembro quente e seco, como já é de conhecimento do mercado. Ainda assim, há nuances que precisam ser discutidas”, disse, em nota, Pedro Schicchi, analista da Hedgepoint.
Ele lembra que o período de desenvolvimento das lavouras está em um período crucial para o desenvolvimento.
“A soja pode ser bastante resistente a condições climáticas ruins no início do ciclo, mas é nessas etapas de desenvolvimento que ela se torna mais vulnerável. Como se sabe, a disponibilidade hídrica suficiente é especialmente crucial nesse estágio, mas as temperaturas mais baixas também ajudam”, lembrou o analista.
De modo geral, as condições climáticas em dezembro não foram as melhores. As temperaturas foram bastante altas durante o mês e a precipitação, em média, ficou abaixo do necessário.
“Mais calor significa mais evaporação, o que acentua a questão da falta de água, que certamente afetou as safras este ano. Ainda assim, na segunda metade do mês houve melhora, uma tendência que parece continuar em janeiro. A temperatura nessas duas primeiras semanas tem sido muito mais amena e, portanto, benéfica para as culturas. Além das temperaturas mais baixas, a precipitação também melhorou”, explicou Schicci
A Hedgepoint lembra, no entanto, que para muitas áreas, o aumento das chuvas pode não trazer maiores produtividades, pois os danos sofridos já eram irreversíveis quando o clima começou a melhorar. Já para outras localidades ainda há tempo de alguma recuperação, e condições ideais de clima podem impedir que a produção nacional continue em queda.
“Embora certamente haja motivos para os cortes que estamos vendo, é melhor ter cuidado com números ‘muito baixos’”, finalizou a consultoria.
Paulo Santos – Globo rural
