Futuro da Moratória da Soja é ela acabar, diz presidente da Aprosoja
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Maurício Buffon, afirmou nesta quinta-feira (6/11) que o futuro da Moratória da Soja é ela "acabar". Segundo ele, os agricultores confiam que o acordo privado das tradings que comercializam o grão não terá mais validade a partir de 2026 a partir das decisões judiciais recentes. O dirigente reforçou que o setor não aceita exigências privadas acima da legislação nacional.
"O futuro da Moratória é ela acabar. É dessa forma que nós entendemos e as decisões levam para isso. O que eu não entendo é as tradings não trabalharem de acordo com as leis brasileiras. Se elas quiserem discutir, falar sobre moratória, nós devemos respeitar o nosso Código Florestal", afirmou a jornalistas após evento no Senado Federal. "Nós abrimos diálogo para qualquer situação, mas a Moratória, como é um acordo privado e fere muitas regras da legislação brasileira, não tem como nós produtores não defendermos algo que não seja o fim dela", completou.
Questionado sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que suspendeu ontem (5/11) todas as ações judiciais e administrativas que discutem a Moratória, e a possibilidade sinalizada na liminar de se criar uma "mesa de conciliação", Buffon disse que o diálogo sempre está aberto com os produtores, mas que eles não aceitam exigências acima da lei.
"O diálogo sempre é aberto. Se continuar as decisões como estão hoje, em janeiro de 2026 as tradings são obrigadas a terminar[a Moratória]. Esse é o despacho que nós entendemos e que o STF tem. Vamos abrir o diálogo, eu acredito que não tem por que o comprador e vendedor está de um lado diferente da mesa", avaliou.
Na liminar mais recente, o ministro Flávio Dino ressaltou que não há qualquer decisão do STF que autorize a ideia de que a Moratória da Soja é inconstitucional ou ilegal.
Rafael Walendorff – Globo Rural