Reunião vai definir ações de apoio à mamona da PBio na BA
Embora a Bahia concentre 67% da produção nacional de mamona. Mesmo assim, nunca se concretizaram as promessas – comuns no começo do PNPB – de que a mamona faria do estado se tornaria um polo fabricante de biodiesel. Sempre foi mais rentável destinar o óleo de mamona para a indústria ricinoquímica. Mesmo assim, ainda há envolvimento entre os produtores da oleaginosas e usinas.
No dia 29 acontece uma reunião entre entre agricultores locais, representantes da Petrobras Biocombustível (PBio), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca da Bahia (Seagri). A meta é dar novo impulso ao setor na região de Irecê – que reúne 90% dos cultivos baianos de mamona.
Agricultura familiar
Diretor de políticas sociais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), João da Cruz é produtor de mamona em Irecê. Ele diz que os produtores da região são na maioria agricultores familiares (entre 83% e 84% ou 40 mil pessoas) e trabalham com recursos próprios.
João da Cruz explica que a produção é transformada em óleo vegetal, mas, devido aos altos preços do produto – dado maior valor agregado em outras indústrias – não há viabilidade econômica para sua utilização como biodiesel. Por outro lado, ele confirma que PNPB ajudou os agricultores a ganharem mais pela saca da mamona colhida. Em 2004, os agricultores recebiam R$ 20 enquanto, na última semana, o valor estava entre R$ 80 e R$ 85 – a saca chegou a ser negociada a R$ 100 no auge da temporada.
Desta forma, mesmo sem virar biocombustível, a mamona tem contribuído com renda para os agricultores do semiárido.
Bio-óleo
A PBio tem participação na Bio-óleo empresa com capacidade de esmagamento de 120 mil toneladas de grãos por ano localizada em Feira de Santana.
De acordo com a PBio, a Bio-óleo é parceira na prestação de assistência técnica e na comercialização de oleaginosas com os agricultores familiares. A mamona comprada pela PBio dos agricultores familiares é esmagada nessa unidade.
Segundo a Petrobras, cerca de 21 mil agricultores familiares, produtores de soja, girassol, mamona e palma na Bahia e em Sergipe estão vinculados ao programa de suprimento agrícola da usina.
Selo
Essas oleaginosas são usadas pela empresa como parte do Selo Combustível Social do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
As regras do ministério determinam que os produtores recebem serviços de assistência técnica e a compra do produto deve ser feita com contrato.
Brasil é terceiro maior produtor mundial de mamona, atrás de Índia e China. A planta cultivada principalmente por seu óleo -- também chamado óleo de rícino. No Brasil, a produção está concentrada na Bahia (67%), Ceará (15%), Minas Gerais (11%) e Pernambuco (3%).
Os principais consumidores são China, EUA, França, Alemanha e Japão.
Marjorie Moura – A Tarde
Com adaptação – BiodieselBR.com