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Pinhão-manso

Embrapa avalia cultivo de pinhão-manso no Piauí


Assessoria de Imprensa Embrapa - 07 fev 2013 - 09:21 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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A cerca de 200 km ao norte da capital piauiense, na cidade de Piracuruca, está uma das unidades de observação de pinhão-manso mantidas pela Embrapa Agroenergia e parceiros, por meio do projeto “BRJatropha - Pesquisa, desenvolvimento e inovação em pinhão-manso para produção de biodiesel”, parcialmente financiado pela Finep. A área fica na Fazenda Tiracanga, da empresa Carnaúba Agricultura, onde há dois anos os pesquisadores vêm avaliando o comportamento de três genótipos da oleaginosa, em três diferentes sistemas de manejo.

Agora, a parceria com a fazenda será ampliada com a introdução de outros 40 genótipos no local. O novo plantio foi acertado durante a visita dos pesquisadores Bruno Laviola e Gilmar Santos à propriedade rural, em janeiro. “Nós estamos levando os materiais mais promissores que identificamos em nosso banco ativo de germoplasma para o local, com o objetivo de avaliar o comportamento das plantas nas condições climáticas da região”, diz Laviola.

Além de ampliar a área cultivada com pinhão-manso, a Embrapa Agroenergia vai utilizar a fazenda, que tem cerca de 1.200 hectares cultivados com pinhão-manso, como modelo para estudos socioeconômicos e ambientais. O pesquisador Gilmar Santos explica que “a ideia é estudar em condições reais toda a cadeia de valor da oleaginosa, do plantio à produção de biodiesel”. Levantamentos de custos de produção e de viabilidade econômica estão incluídos nos estudos que serão realizados.

Os pesquisadores também querem fazer a Análise de Ciclo de Vida (ACV) do pinhão-manso cultivado para biocombustíveis. “Realizando o balanço de massa e energia, poderemos medir o impacto ambiental da cadeia produtiva e definir os índices de sustentabilidade do biodiesel de pinhão-manso comparando-os aos de outros combustíveis”, explica Gilmar Santos. “Tanto a avaliação socioeconômica quanto a ambiental são interessantes para encontrarmos pontos que devem ser melhorados, temas em que a pesquisa tem que focar na cadeia produtiva para que o balanço final seja positivo”, complementa Laviola.

Investimento
A Fazenda Tiracanga tem plantas de pinhão-manso em idade de um a três anos. “Nossa avaliação deste cultivo é promissora, principalmente quanto à evolução obtida em nossos estudos e testes realizados pelos órgãos institucionais nacionais e internacionais”, diz o diretor da Carnaúba Agricultura, José Américo Ribeiro dos Santos.

A primeira safra de pinhão-manso da fazenda foi esmagada na Brasil Ecoenergia, empresa coligada à Carnaúba Agricultura instalada no próprio município de Piracuruca. De acordo com José Américo, as avaliações de laboratório mostraram que o óleo é “extraordinário”. A Brasil Ecoenergia já tem planos de ampliar sua atuação, inaugurando uma unidade de produção de biodiesel e bioquerosene.

O diretor-presidente da Carnaúba Agricultura acredita que “a espécie será, em um futuro próximo, a matéria-prima ideal para biocombustíveis, atendendo cada vez mais à demanda exigida pelo mundo”.

Na opinião do empresário, o trabalho na fazenda tem demonstrado que “a Embrapa Agroenergia tem um compromisso socioeconômico e ambiental da maior importância para que possamos,em futuro próximo, ter um combustível limpo e eficiente. Se não fosse esse propósito, incentivo e apoio, a Carnaúba já haveria desistido de levar o projeto adiante”.

Assentamento
Durante a visita à Piracuruca, os pesquisadores começaram a discutir um trabalho com pinhão-manso no Assentamento Bela Vista, que fica próximo à Fazenda Tiracanga e abriga 25 famílias. O Ministério do Desenvolvimento Agrário financiará o projeto, que tem como objetivo criar no local uma nova unidade de observação da oleaginosa, em consórcio com culturas alimentares – milho e feijão.

A iniciativa conta também com o apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão-manso (ABPPM).