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Pinhão-manso

BRJatropha define focos de pesquisa para próximos dois anos


BiodieselBR.com - 04 jan 2013 - 17:17 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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Três áreas foram definidas pela equipe do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-Manso para Produção de Biodiesel (BRJatropha) como foco das atividades nos próximos dois anos: o desenvolvimento de cultivares de alta produtividade, a destoxicação da torta e o estabelecimento de sistemas de produção com baixo custo.

Lançado em 2010, o BRJatropha conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e liderança da Embrapa Agroenergia. O projeto e reúne as competências de 21 instituições de pesquisa espalhadas pelas cinco regiões brasileiras que vêm pesquisando o pinhão-manso. Inicialmente o projeto teria duração de 36 meses e foi prorrogado. “Teremos mais dois anos para avançar com as pesquisas”, diz pesquisador Bruno Galveas Laviola, da Embrapa Agroenergia, que lidera a iniciativa.

Laviola ressalta que a rede já obteve resultados importantes. A começar pela constituição de um banco ativo de germoplasma – em campos experimentais da Embrapa Cerrados – que conta com mais de 220 acessos oriundo de várias regiões do País e exterior. Estudando esse e outros campos experimentais mantidos por parceiros, também foi possível avançar no conhecimento sobre espaçamento de plantas, sistema de poda, produção de sementes, consórcio com outras culturas e fabricação de biodiesel a partir do óleo.

As pesquisas também conseguiram identificar as principais pragas e doenças que acometem o pinhão-manso: ácaro branco, percevejo, oídio, podridão do colo e bacteriose. “Como a base genética de pinhão-manso no Brasil é estreita, a maior parte dos materiais é suscetível a elas”, afirma o pesquisador da Embrapa Agroenergia.

Para reduzir o custo associado ao controle dessas pragas e doenças, os pesquisadores vêm trabalhando para introduzir genótipos de outros países que possam reduzir a susceptibilidade das lavouras. Além disso, produtos fitossanitários estão sendo avaliados.

Colheita
Outro ponto em que os pesquisadores estão trabalhando é na redução do custo da colheita. Atualmente ela precisa ser feita de forma manual o que encarece a cultura. “O uso de equipamentos para mecanizar ou semimecanizar é essencial para tornar a produção mais barata”, enfatiza Laviola. Testes com colheitadeiras utilizadas em outras culturas perenes, como a do café, por exemplo, estão sendo realizados pelo projeto BRJatropha. 

Um fator positivo é que plantas adultas (a partir dos três ou quatro anos) têm apresentado maturação mais uniforme de frutos – nas mais jovens os frutos de um mesmo pé amadurecem em ritmos diferentes, o que dificulta a colheita mecanizada. “A concentração da colheita em um período mais curto facilita e reduz os custos”, acrescenta o pesquisador.

Toxidez
Avanços significativos também já foram obtidos nos processos de destoxicação da torta do pinhão-manso. A cultura possui alta concentração de ésteres de forbol, substância tóxica que impede o aproveitamento da torta produzida depois do processamento das sementes na alimentação de animais – uma das alternativas com maior potencial de agregar valor à cultura

Até o momento, os processos desenvolvidos pela Embrapa Agroenergia e parceiros conseguem eliminar até 90% da toxidez o que ainda não é o suficiente para que seu uso como ração seja seguro. Por isso, as pesquisas continuam buscando processos viáveis.

Paralelamente há experimentos com variedades que são naturalmente livres do forbol. No entanto, as variedades atóxicas apresentam menor produtividade e são ainda mais suscetíveis a doenças. Os pesquisadores vêm tentando cruzar essas variedades a fim de obter cultivares simultaneamente livres de toxidez e de alta produtividade. A fim de ampliar a base genética disponível para esse trabalho foram estabelecidas parcerias com instituições públicas e privadas do México e da América Central.

Por outro lado, experimentos de alimentação de ovinos com a torta de variedades atóxicas de pinhão-manso comprovou que o produto é adequado à alimentação dos animais. Foram testas misturas entre torta de pinhão e farelo de soja em concentrações de 20% a 60%.

Com adaptações BiodieselBR.com