Preços do óleo de palma devem subir no ano
A forte demanda asiática por óleos comestíveis deverá impulsionar os preços do óleo de palma que se valorizaram 6% em fevereiro, refletindo o apelo por commodities agrícolas em um período de incerto crescimento global e aumento da tensão geopolítica global.
"Como as coisas estão no momento, este promete ser um ano com dois cenários. A primeira metade, pelo menos até junho de 2012, promete ser extremamente apertado e altista", disse o analista Dorab Mistry, durante conferência da Bolsa de Óleo de Palma da Malásia na quarta-feira.
"Para o segundo semestre, deveremos ver como a produção desenvolve", acrescentou o analista responsável pela carteira de negócios com óleos vegetais para o conglorerado indiano Godrej Industries.
Mistry disse que os preços podem bater 4 mil ringgit (US$ 1.320) até o final de junho, devido ao ciclo de baixa produção de óleo de palma, a forte demanda da Índia no pico do consumo nos meses de verão e a estocagem feita por países muçulmanos antes do mês de jejum.
Seu cenário altista é compartilhado por Thomas Mielke, diretor da consultoria Oil World, com sede em Hamburgo, que disse que o declínio produção global tanto de soja como colza -pela primeira vez - poderá impulsionar os preços do óleo de palma.
"Nós teremos um novo recorde na média do ano calendário de 2012 em óleo de palma e óleo de soja...", disse.
Ele acrescentou que a produção de óleo de palma da Indonésia e da Malásia devem entrar em um período de baixa produção depois da forte recuperação do ano passado, dando mais suporte aos preços.
Analistas afirmam que a produção do óleo de palma da Malásia pode ficar entre estável a ligeiramente mais alta em 2012, comparada com as 18,9 milhões de t do ano anterior. A produção indonésia está prevista para crescer, uma vez que mais áreas estão atingindo a maturidade.
"Isso significa um aumento global de 2,3 milhões de t em 2012, isso não é suficiente para compensar a produção insuficiente de outros óleos vegetais", disse Mielke.
Além da limitada produção de oleaginosas, os preços crescentes do petróleo Brent, puxado pelo temor de instabilidade política com o programa nuclear iraniano, podem puxar o óleo de palma por conta do apelo para o uso de biodiesel à base de óleos vegetais.
Michael Taylor e Niluksi Koswanage