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Dendê / Palma

Pesquisas querem solucionar gargalos do biodiesel de dendê


Assessoria de Imprensa Embrapa - 14 jan 2013 - 10:41 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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Por ter alta produtividade e um sistema de produção já razoavelmente estabelecido, o dendê tem sido apontado como a espécie vegetal que, no menor espaço de tempo, deve se juntar à soja e ao sebo bovino no rol das matérias-primas de destaque para a produção de biodiesel. No entanto, algumas características do chamado “óleo de palma” podem dificultar a produção do biocombustível a partir dessa fonte sem mistura com outros óleos e gorduras.

“A principal inconveniência é a acidez”, diz a pesquisadora da Embrapa Agroenergia Itânia Soares. Os teores de acidez oscilam dependendo de fatores como o tempo de estocagem, mas, geralmente, enquanto o óleo de soja tem teor de acidez de 0,5%, o da palma gira em torno de 5%. “Normalmente, trabalhar com matérias-primas oleaginosas ácidas na produção de biodiesel implica agregar mais etapas ao processo de produção, o que provoca a elevação dos custos”, explica. Considerando a produção de biodiesel apenas com óleo ácido, é comum que se faça, primeiramente, a esterificação dos ácidos graxos livres, para proceder então, à transesterificação.

A Embrapa Agroenergia vem testando formas de reduzir essas etapas, otimizando o processo de produção e diminuindo o custo do combustível. Essas pesquisas vão ganhar impulso a partir de 2013, quando a Unidade e uma rede de parceiros começa a executar o projeto de pesquisa Dendepalm – Estratégias genômicas e agregação de valor para a cadeia produtiva de dendê que conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Mas o desafio não termina com a produção do biodiesel. Uma vez produzido, o biocombustível precisa atender aos parâmetros de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “A purificação do biodiesel impacta diretamente nos parâmetros de qualidade do combustível”, ressalta Itânia. Um exemplo é a análise do teor de água. Geralmente, sobretudo, em escala laboratorial, a retirada de água do biodiesel é uma tarefa que requer atenção.

“Devido às peculiaridades do biodiesel de palma, até no que se refere à mistura ao diesel de petróleo, é necessário atentarmos para os impactos que ele pode causar nos resultados das análises físico-químicas”, afirma a pesquisadora da Embrapa Agroenergia. Por isso, um dos objetivos da Unidade é estudar também métodos de controle de qualidade do produto. “Estamos trabalhando para otimizar um processo de produção desse biodiesel em um reator de 5 litros para desenvolvimento de uma metodologia de análise, em parceria com a ANP”, completa.