PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Canola

Canola cresce na safra de inverno nos campos gerais


Jornal da Manhã - 10 mai 2016 - 11:52

A canola está elevando sua participação nas culturas de inverno na Região dos Campos Gerais. Favorecendo a biodiversidade e apresentando grande rentabilidade, o cultivo vem seduzindo mais produtores agrícolas e ganhando espaço, inclusive nas cooperativas da região. Com amplo espaço no mercado para a absorção da toda a produção e a perspectiva de novos investimentos por parte de empresas desta área no Estado do Paraná, a expectativa é de que a canola eleve exponencialmente a área plantada nos Campos Gerais, apontada como uma das mais propícias para seu desenvolvimento no Brasil.

De acordo com Willy Schnepper Junior, engenheiro agrônomo da Presença Agrícola, empresa que realiza o fomento do cultivo da canola na região, a área de 2,3 mil hectares cultivada na safra passada já ultrapassa de 3,5 mil hectares só na área de atuação da empresa. “Mas, pegando as cooperativas, como a Frísia, que entrou muito forte neste mercado, já são mais de 4,5 mil hectares na região. Acreditamos, isso deve duplicar, triplicar, e atingir até os níveis do trigo para as próximas safras”, destaca Schnepper, que também é o responsável pelo fomento desse cultivo na empresa.

Com o custo de R$ 1,2 mil por hectare e uma produção média entre 2 mil a 2,5 mil quilos por hectare (mas que pode chegar a 3 mil), ele relata que a canola pode garantir ganhos (retorno) de 100% do valor investido. “Cerca de 90% dos agricultores ficam satisfeitos com o retorno econômico. Isso é muito maior que a média das demais culturas”, garante. Contudo, mais do que o lucro da colheita, ele destaca como um dos principais benefícios a melhoria, a longo prazo, do sistema de cultivo na propriedade. “O maior benefício é a biodiversidade do solo, o que gera um incremento real nas culturas subsequentes, na qualidade e quantidade. Ao quebrar o estigma da monocultura das gramíneas tão exploradas, como trigo, cevada e aveia, se consegue estar alterando o tempo e aumentando a quantidade de microrganismos benéficos, quebrando os maléficos das subsequentes”, alega.

Antes havia apenas uma empresa compradora de canola no Sul, mas isso está mudando, como explica o engenheiro. “Começam a surgir maiores grupos dentro do Estado do Paraná sondando proposta da nossa produção. Há demanda contínua acentuada, já que estamos muito aquém da demanda atual do Brasil: não conseguiremos suprir por mais que duplique, triplique ou quintuplique”, conclui Schnepper.

Maio

Apesar da colocação do Ministério da Agricultura e Pecuária como zoneamento o plantio da canola entre 15 de março e 10 de maio, Schnepper declara que esse prazo precisa ser revisto. Ele afirma que deverá entrar com questionamento ao MAPA quanto aos prazos.

“Temos canola plantada antes dessa época e ainda restam 20% da área a ser plantada, que deve ser concluída entre o final de maio e o início de junho, que correspondem à produção com nível muito satisfatório. A canola não cultiva patógenos maléficos para culturas subsequentes, como ocorre com a soja, que necessita do vazio sanitário”, informa.