Projeto de 24 meses vai medir a pegada de carbono do algodão brasileiro
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Bayer, lançou um projeto para desenvolver perfis ambientais e calcular as pegadas de carbono do algodão em caroço, pluma e óleo produzidos no Brasil. A iniciativa foi apresentada durante ontem (27) durante evento realizado em Campinas (SP).
Com duração de dois anos, o projeto busca estabelecer valores de referência nacional e regionais para diferentes modelos de produção utilizando dados primários de cotonicultores e metodologias reconhecidas internacionalmente. A caracterização dos sistemas de extração de óleo de algodão típicos também fará parte do trabalho e vai servir de referências para a atualização da calculadora usada no RenovaBio.
Os primeiros cálculos realizados com produtores do Mato Grosso, indicaram uma pegada de carbono média de 329 kg CO₂ eq/t (quilogramas de dióxido de carbono equivalente por tonelada de algodão), com possibilidade de redução de até 32% em áreas específicas. Além disso, o projeto prevê o detalhamento de perfis ambientais do algodão para diferentes produtos e regiões, começando pelos estados da Bahia e Goiás.
Grande impacto
Para Marília Folegatti, pesquisadora sênior da Embrapa Meio Ambiente, a expectativa de impacto da iniciativa é grande. “A cadeia produtiva do algodão brasileiro faz um grande investimento em ações para a sustentabilidade que não são devidamente comunicadas. Esse projeto permitirá que se conheça a pegada de carbono do algodão brasileiro, o que já é uma exigência em vários mercados”, analisou acrescentando que esses dados permitirão que os produtores acessem mercados que tenham regras ambientais mais exigentes.
Com apoio técnico, financeiro e logístico da Abrapa, Abiove e Bayer, e coordenação técnica da Embrapa, a iniciativa busca atender às demandas globais por produtos sustentáveis, fortalecer a competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional e abrir caminhos para novas oportunidades no programa RenovaBio.
Com adaptação BiodieselBR.com