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EUA

Trump ameaça impor mais tarifas a petróleo russo se Putin não negociar trégua


Valor Econômico - 31 mar 2025 - 09:00

Trump disse que planejava falar com Putin esta semana para expressar sua irritação com a atitude de Moscou de pôr em dúvida a credibilidade da liderança do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Se a Rússia e eu não conseguirmos um acordo para parar o derramamento de sangue na Ucrânia, e se eu achar que foi culpa da Rússia, aplicarei tarifas secundárias sobre todo o petróleo que sai da Rússia”, disse Trump. “Isso significaria que, se você comprar petróleo da Rússia, não poderá fazer negócios nos EUA”, disse Trump. “Haverá uma tarifa de 25% a 50% sobre todo o petróleo”, afirmou.

Durante sua campanha presidencial de 2024, Trump prometeu repetidamente acabar com o que ele chama de uma guerra “ridícula” na Ucrânia, e ele tem se concentrado nessa questão desde sua posse, em janeiro. Após três dias de negociações na Arábia Saudita, na semana passada, os EUA anunciaram na terça-feira que Ucrânia e Rússia tinham aceitado uma trégua do Mar Negro, após concordar em paralisar por 30 dias os ataques à infraestrutura energética ucraniana.

Logo depois, porém, o Kremlin aparentemente pegou a Casa Branca desprevenida ao declarar que sua participação neste processo de paz dependia da remoção de sanções ao Banco Agrícola Russo, ou RSHB, e outras instituições financeiras envolvidas no comércio exterior de alimentos e fertilizantes. Na sexta-feira, Putin sugeriu que a Ucrânia poderia ser colocada sob uma forma de governo interino para permitir novas eleições e a assinatura de acordos importantes, o que resultaria efetivamente na exclusão de Zelensky.

Washington viu as ações de Putin como uma forma de ganhar tempo e aproveitar as negociações para obter mais concessões do Ocidente para dar novo impulso à sua economia — pesadamente sancionada desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

O governo russo não respondeu imediatamente às declarações de Trump.

Irã e Venezuela

Na mesma entrevista, Trump afirmou que “bombardearia” também o Irã com “tarifas secundárias”, caso a república islâmica não atendesse ao chamado de negociações sobre o seu programa nuclear. “Há uma chance de que, se eles não fizerem um acordo, eu imponha tarifas secundárias a eles, como fiz quatro anos atrás”, afirmou.

“Se eles não fizerem um acordo, haverá bombardeios”, disse Trump em uma entrevista por telefone. “Serão bombardeios como eles nunca viram antes.”

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, rejeitou ontem mesmo a possibilidade de negociar diretamente com os EUA.

Trump apresentou a tática de “tarifas secundárias” como meio de pressão política há uma semana — ao ameaçar sufocar a economia de países que compram petróleo da Venezuela. A medida visa pressionar Caracas pelo “envio de dezenas de milhares de criminosos perigosos para os EUA”.

Washington está revogando uma série de licenças que permitem que empresas petrolíferas ocidentais façam negócios na Venezuela. A petrolífera italiana Eni disse ontem ter sido notificada pelas autoridades dos EUA de que não estava mais autorizada a receber o reembolso pelo gás que produz na Venezuela.