BiodieselBR.com 29 set 2017 - 08:44

Estamos importando quantidades inéditas de óleo diesel e com a Petrobras puxando o freio de mão em seus investimentos no setor de refino há pouca esperança de que esse cenário mude logo. Na verdade, a expectativa é que a situação se agrave. Projeções elaboradas pela Empresa de Pesquisa Energética para o Plano Decenal de Expansão de Energia 2026 (PDE 2026) apontam para déficits crescentes ao longo da próxima década.

E, ao que tudo indica, esse balanço pode ser ainda mais desfavorável ao país. Até o mês de agosto, as importações de óleo diesel beiravam os 8,1 bilhões de litros e já haviam custado mais de US$ 3,3 bilhões. Em uma projeção feita pelo MME para o RenovaBio, a estimativa é que em 2017 o dispêndio com importação de combustíveis líquidos seria de mais de 7,6 bilhões de dólares, o que daria mais de 23 bilhões de reais.

grafico diego cbbr2017
Nesse contexto, ganha ainda mais força o argumento de que apostar no biodiesel é um bom negócio para o pais. Trocamos um combustível poluente importado por uma alternativa mais limpa e made in Brazil. De quebra, o aumento da produção daria um empurrão extra no complexo soja, estimulando o esmagamento e favorecendo a exportação de produtos de maior valor agregado ao invés do grão in natura.

Não é tudo. A ampliação no uso de bioenergia de forma sustentável está entre os compromissos assumidos pelo governo brasileiro como do Acordo do Clima de Paris – a meta é chegar a uma fatia de 18% da matriz energética brasileira. Cumprir essa meta contribuiria positivamente para reforçar a imagem brasileira como um líder global na área de energias limpas.

programacao inscricao

Quem vai explorar esses temas será o presidente do conselho superior da Ubrabio, Juan Diego Ferres, que vai apresentar a palestra o “Por que o uso de mais biodiesel é estratégico para o País” no primeiro dia da Conferência BiodieselBR 2017.

Sócio da Granol desde 1975, Diego foi um dos primeiros entusiastas da indústria de biodiesel no Brasil. Desde o final da década de 1990 – anos antes do biocombustível ser oficialmente encampado pelo governo federal –, ele já era um defensor ferrenho da ideia de que o país deveria investir nesse novo segmento. Dessa forma, ele se tornaria um dos nomes-chave no processo que levaria ao lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) em 2005.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com