MT: Investimentos totalizam R$ 1 bi
Mais de R$ 1 bilhão foi investido em Mato Grosso no ano passado por empresas que se instalaram no Estado com a garantia de receber incentivos fiscais do governo. Esse investimento é maior 357% do que o registrado em 2007, quando o total foi de R$ 233,4 milhões. O montante consta no balanço do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), divulgado nesta quarta-feira pelo secretário Pedro Nadaf. Os recursos foram aplicados por 56 empresas que estão se instalando, não começaram a produzir e por isso, ainda não estão usufruindo dos incentivos fiscais. Quando estiverem em pleno funcionamento, esses empreendimentos vão gerar 17,546 mil empregos diretos e indiretos, o que significa 190% mais que os 6,031 mil gerados em 2007.
Nadaf destaca que a aumento de entrada de novas empresas em Mato Grosso se deve a mudanças na forma de captar os empreendimentos. Conforme ele, no ano passado a Sicme procurou difundir mais as potencialidades do Estado, fazer uma interlocução direta com os empresários e ainda dar andamento mais rápido aos processos. Ele citou inclusive o caso de um grupo que pretende instalar em Porto Alegre do Norte um curtume, um frigorífico e uma indústria de ração e biodiesel.
Ontem, o empresário estava na Sicme para acertar o incentivo fiscal. Além desse, o secretário apontou ainda que o governo assina nos próximos dias um protocolo para conceder incentivos a um projeto de instalação de três usinas de etanol na região do Vale do Araguaia, pela paulista Cluster de Bioenergia SA.
No ranking das cidades que mais receberam investimentos incentivados pelo Prodeic, Lucas do Rio Verde é a campeã, com empreendimentos da ordem de R$ 252,6 milhões. Em seguida vêm Várzea Grande (R$ 219,6 mi), Rondonópolis (R$ 177,5 mi), Mirassol D"Oeste (R$ 155,5 mi) e Nova Mutum (R$ 90,3 mi). Cuiabá é a sexta, com R$ 90, milhões.
Curtume - O goiano Edmilson José Cesilio, proprietário da Curtpol Couros, diz que seu empreendimento a ser implantado em Porto Alegre do Norte deve consumir em torno de R$ 100 milhões. Ele confessa que iria para o Pará, mas a possibilidade de incentivo e o empenho do prefeito do município mato-grossense, Edi Escorsi, o fizeram mudar de idéia. Contudo, ontem ele disse que ainda precisa acertar o incentivo com a Sicme. Ele quer tratamento diferenciado pelas dificuldades de escoamento da região do Araguaia. Programas - Outro programa de Sicme que fechou o ano com saldo positivo foi o Fundo de Desenvolvimento Industrial de Comercial (Fundeic). Este não concede incentivos fiscais, empresta recursos para projetos de micro e pequenas empresas. Em todo o ano de 2008, foram investidos em Mato Grosso R$ 4,533 milhões, via Fundeic. São 75% mais que os R$ 2,576 milhões de 2007. O número de empresas beneficiadas saltou de 30 para 62, crescimento de mais de 100%. Os empréstimos do Fundeic têm limite de R$ 120 mil.
O secretário Pedro Nadaf ressalta que outros R$ 2 milhões deveriam ter sido liberados, mas apesar da aprovação dos projetos pelo fundo, os tomadores não conseguiram concluir o processo por ter problemas documentais.
No Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), cujos recursos são liberados pelo Banco do Brasil mas a aprovação passa pelo Conselho de Desenvolvimento do Estado (Cedem), os valores cresceram 71,24% até o mês de novembro (dezembro ainda não está fechado). Durante todo o 2007 foram liberados pelo FCO R$ 169,8 milhões. Em 2008, até novembro, as liberações chegaram a R$ 290,9 milhões. As empresas beneficiadas pularam de 783 para 3,278 mil, aumento de 318%. A geração de empregos cresceu 37%, saindo de 15,880 mil para 21,903 mil.
Valéria Cristina Carvalho