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Voo experimental da TAM com Bioquerosene é bem sucedido


Valor Econômico e Assessoria - 23 nov 2010 - 07:01 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

A TAM realizou na tarde desta segunda-feira (22) seu primeiro voo experimental utilizando biocombustível de aviação produzido a partir do óleo de pinhão manso, uma biomassa vegetal brasileira. A aeronave foi um Airbus A320 de sua frota, com capacidade para transportar até 174 passageiros, que está em operação regular na malha doméstica da companhia.

O avião é equipado com motores CFM56-5B produzidos pela CFM International, uma joint-venture entre a General Electric, dos EUA, e a Snecma (Safran Group), da França. O voo teve aprovações técnicas da Airbus e da CFM, e foi autorizado pelas autoridades aeronáuticas da European Aviation Safety Agency (Easa) e da Anac.

O voo, tripulado por dois comandantes da TAM, decolou do Galeão, no Rio de Janeiro, sobrevoou o espaço aéreo brasileiro sobre o oceano Atlântico por 45 minutos e retornou ao ponto de origem. Participaram do voo, além dos tripulantes, outras 18 pessoas, entre técnicos e executivos da TAM e da Airbus.

O próximo passo será a implementação de uma unidade de plantio de pinhão manso, em escala reduzida, no Centro Tecnológico da TAM em São Carlos (SP). O objetivo é estudar a viabilidade técnica e econômica da instalação de uma cadeia produtiva de biocombustível à base de óleo de pinhão manso, desde a matéria-prima até a distribuição do bioquerosene.

O presidente da TAM, Líbano Barroso, acredita que o uso do biocombustível a partir do pinhão manso pelo setor de aviação é uma questão de escala de oferta. O executivo participou ontem do primeiro voo com o combustível misturado ao querosene de aviação (QAV).

Durante 45 minutos, o A-319 da companhia voou com 50% do combustível feito a partir do vegetal misturado ao querosene em uma das turbinas. O resultado foi uma temperatura média mais baixa na turbina, além de um consumo menor. "Com isso, o motor poderia entrar em manutenção mais tarde, sem contar a economia com o combustível", disse Líbano.

Para ele, uma oferta em larga escala do produto poderia permitir que o combustível alternativo representasse até 15% do consumo total dentro de cinco a dez anos.

"Precisa de uma cadeia produtiva em funcionamento, o que não existe ainda", frisou, lembrando que, para fazer o teste de ontem, TAM, Air BP, GE e Airbus compraram toda a produção de pinhão manso do Brasil em 2009.

"Se empreendedores quiserem desenvolver combustíveis em escala industrial, nós somos compradores", ressaltou.

Segundo Líbano, o combustível ainda é mais caro que o querosene, mas o executivo acredita que é possível ter preços equivalentes dentro de dez anos em caso de produção em larga escala.

Líbano negou que a infraestrutura dos aeroportos seja um limitador para o crescimento da companhia. "Não deixamos de crescer", disse, lembrando que em em 2011 a empresa deverá aumentar entre 8% e 12% o número de passageiros. Já a expectativa para o mercado brasileiro é de um crescimento de 7% a 9% ao ano pelos próximos 20 anos.

De acordo com ele, a TAM e a chilena LAN não poderão unir estratégias até que as autoridades reguladoras e de defesa da concorrência de Chile, Brasil e outros países em que a LAN tem operações aprovem a fusão. A expectativa é que as aprovações ocorram entre abril e junho de 2011.

Tags: Bioquerosene