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Canola: estratégias para vencer o clima


Embrapa Trigo - 11 mar 2010 - 05:59 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:12

Se no ano passado foi a falta de chuva que atrasou a semeadura da Canola no Rio Grande do Sul, desta vez o excesso é que pode atrapalhar. A previsão de chuvas acima da normal no mês de abril deixa produtores em estado de alerta, prontos para entrarem com o maquinário no campo assim que o tempo e as condições de umidade do solo permitirem.

A previsão climática para os próximos meses na Região Sul indica que o El Niño está se dissipando, mas as chuvas ainda devem ficar acima da média histórica. Para escolher o melhor momento de semear, o produtor deve estar pronto para iniciar o trabalho assim que o zoneamento agrícola da Canola permitir e agir rapidamente antes que períodos prolongados de precipitações ocorram.

Se por um lado a chuva logo após a semeadura pode favorecer a germinação das plantas, o atraso na semeadura da Canola implica em risco de sofrer geada em abril e queda de produtividade, principalmente na Região do Planalto, onde está concentrada 24% da área de cultivo.

A época preferencial de semeadura da Canola no Rio Grande do Sul começa em 11 de abril, quando o zoneamento agrícola indica menores riscos de perdas com geadas, calor e deficiência hídrica. "O atraso na semeadura coloca o desenvolvimento inicial da Canola para meados de maio, momento em que há probabilidade de temperatura do ar mais elevada. O calor acelera o desenvolvimento, formando uma planta com menor potencial, prejudicando o rendimento", explica o pesquisador da Embrapa Trigo, Genei Dalmago.

Ele alerta, ainda, que as temperaturas acima de 27ºC na floração, as quais ocorrem em semeaduras tardias, podem causar o abortamento de flores e síliquas em início de formação. Já a geada, prejudica no desenvolvimento inicial das plantas, até aproximadamente 30 dias, ou no final da floração e fase de grão leitoso.

"Cada dia de atraso na semeadura significa perda no rendimento", avalia o Coordenador de Fomento da BSBios, Fábio Júnior Benin. Em 2009, na fase de semeadura da Canola, a lavoura contabilizou 40 dias sem chuva na maioria das cidades gaúchas. Segundo Benin, o atraso não afetou muito o rendimento das lavouras com maior nível tecnológico, que investiram em insumos como sementes e fertilizantes: "Na média, a expectativa que era de 30 sacos por hectare, caiu para 25".

Neste ano, com previsão de clima mais favorável, a meta da empresa é ampliar o número de produtores de 200 para 300 colaboradores, aumentando em 30% a área com Canola destinada à produção de biodiesel.

Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Tomm, á área com Canola deve crescer em todo o país, passando de 35 mil hectares para 40 mil em 2010. Para resistir as intempéries do clima, Tomm recomenda o uso de cultivares de ciclo mais longo, capazes de se recuperar de frustrações como altas temperaturas ou geadas. O uso de facão ou sulcadores ajuda a abrir mais a linha de semeadura, evitando o contato com a palha e ajudando no aproveitamento da luz do sol. Evitar áreas de baixadas e próximas a matas também amenizam os efeitos da geada.

Joseani M. Antunes

Tags: Canola