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Produção de mamona no semiárido sergipano é alternativa viável


Embrapa Tabuleiros Costeiros - 12 set 2011 - 05:26 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:17

Em 2005, muito se alardeou sobre o cultivo da mamona para a fabricação do biodiesel e que a cultura era ideal para a agricultura familiar. Mas faltaram compradores e o preço caiu a ponto de não cobrir os custos de produção. De lá para cá, a realidade é outra no cenário agrícola sergipano. O milho tornou-se a agricultura principal no Agreste e parte do sertão (locais zoneados para a cultura da mamona em Sergipe) e a agricultura familiar da região especializou-se em técnicas de cultivo modernas e tem alcançado resultados cada vez melhores.

"Existe muito espaço para a cultura da mamona em Sergipe" afirma o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Ivênio Rubens de Oliveira. "Há no Estado áreas marginais à cultura do milho que têm características satisfatórias para o desenvolvimento da mamoneira por ser uma planta tolerante à falta de chuva", complementa o pesquisador.

O problema da falta de compradores para a mamona foi resolvido quando a Petrobras Biocombustível concluiu sua usina de produção de biodiesel em Candeias, na Bahia, com processo tecnológico que permite produzir biodiesel a partir do óleo de mamona, dentro das especificações técnicas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras Biocombustível tem assegurado contratos de compra da mamona, desde que os agricultores estejam vinculados à cooperativas agrícolas de agricultores familiares.

A Embrapa Tabuleiros Costeiros, com sede em Aracaju (SE), vem realizando testes do cultivo com a mamona na estação experimental localizada no assentamento Edmilson Oliveira, em Carira. Ela vem obtendo ótimos resultados, especialmente em consórcio com o feijão, com cultivares de mamona de boa produtividade e tolerantes à seca como a BRS Nordestina, BRS Paraguaçu e BRS Energia, além de testar a adaptação de novas cultivares.

Em face dessa realidade, o cultivo de mamona na região do semiárido pode mais uma vez ser incentivado, pois há variedades testadas e altamente produtivas que se adaptam muito bem ao clima e solo da região, e ao consórcio com diferentes cultivares de feijão.

"O feijão é uma cultura rápida. Em pouco mais de dois meses o produtor o colhe. Do outro lado, mamona é colhida em quatro meses, o que pode significar até quatro colheitas ao ano. Então, podemos dizer que é uma boa alternativa, promovendo atividade por um período maior ao agricultor e agregando renda a sua propriedade" disse o pesquisador Ivênio de Oliveira.

A Petrobras Biocombustível incentiva a participação da agricultura familiar no cultivo da mamona fornecendo sementes, assistência técnica e compra garantida, tudo através de contrato com as cooperativas de produtores. A empresa adquire o óleo bruto de mamona diretamente de agricultores familiares, realiza o pré-tratamento na unidade de Candeias na Bahia e o transforma em óleo refinado.

A Petrobras Biocombustível já forneceu 205,2 toneladas de sementes de mamona e girassol certificadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para os agricultores da Bahia e de Sergipe. Deste total, 110,7 toneladas eram de mamona e 94,5 toneladas, de girassol.

Ivan Marinovic Brscan

Tags: Mamona