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Pequeno agricultor reclama falta de apoio da Petrobras


O Tempo - MG - 24 abr 2009 - 07:17 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

A desconfiança marcou as reclamações de produtores da agricultura familiar e sindicalistas que se reuniram na última quarta-feira, em Montes Claros, onde a usina de biodiesel da Petrobras foi inaugurada. Participaram dirigentes da Petrobras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do governo de Minas Gerais.

A pauta principal era a criação de quatro polos do biodiesel em Minas Gerais. Mas as cinco horas de reunião serviram para os agricultores criticarem a falta de repasse de calcário, adubo e a gradagem da terra. A Petrobras garante a doação da semente de mamona ou girassol, análise do solo e o transporte da produção. A estocagem à espera desse transporte foi outro ponto questionado pelos agricultores. "A gente vai comprar onde tiver. Se houver algum problema, liguem para mim, não vai ficar grão parado", disse o diretor de suprimentos da Petrobras, Onésimo Azeredo.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Ibiaí, a 170 km de Montes Claros, Luiz Belchior da Fonseca, reclamou também do programa de subsídios da Petrobras. "No ano passado, eles prometeram subsidiar tudo e não cumpriram; agora eles garantiram tudo".

A meta da Petrobras e do governo federal é obter a adesão de 20 mil produtores, numa área plantada de 40 mil hectares de mamona e girassol para a safra 2009/2010, atingindo a cota mínima de 30% de agricultura familiar para a produção do biodiesel em Montes Claros. "Os 70% restantes são da agricultura empresarial da chapada gaúcha e do Triângulo Mineiro", explicou o coordenador de biocombustível do MDA, Marco Antônio Viana Leite.

Mas a missão social já esbarrou em pelo menos uma denúncia envolvendo 43 produtores associados ao sindicato de Ibiaí. Luiz Belchior da Fonseca contou que eles receberam um técnico da Emater com os contratos originais da Petrobras de compra e venda da produção de mamona e outras, sem nenhuma assinatura.

O diretor de suprimento da Petrobras Biocombustível, Jânio Rosa, explicou que o produtor precisa assinar o documento junto com o presidente do sindicato, para depois ser enviado à Petrobras e, em seguida, referendado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas gerais (Fetaemg). O caso será apurado.

Polos regionais
Os polos do biodiesel entram em ação em maio. Serão 19.132 agricultores familiares em Montes Claros, Noroeste de Minas, Vale do Jequitinhonha e Serra Geral/Alto do Rio Pardo.

Debate é considerado “satisfatório”

O delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Minas Gerais, Rogério Correia, considerou a reunião satisfatória. “Está faltando assinar os convênios, acertar os detalhes. Tivemos reclamações de atraso na entrega da semente, mas a Petrobras terá uma política de criação de mudas com irrigação”, explicou.

O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, afirmou que, na apresentação do plano de safra do governo federal, na próxima semana, vai pedir ao presidente Lula um preço justo para o produtor. A garantia de compra e de preço mínimo de mercado com acréscimo de 10% também foi acertada entre os participantes. (HL)

Helenice Laguardia