Ministério de Minas e Energia vai analisar projeto de pinhão-manso
Ministério de Minas e Energia (MME) vai analisar, em duas semanas, a viabilidade técnica do projeto de produção de biocombustível a partir do pinhão manso. O projeto foi levado pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado estadual Arthur Cunha Lima (PMDB), nesta quinta-feira (05/02). Ele foi recebido em audiência por auxiliares diretos do ministro Edson Lobão. Os técnicos confirmaram que o projeto apresentado pelo deputado também será analisado Petrobras.
Arthur se reuniu com o secretário de Petróleo, Gás Natutal e Combustível, José Lino de Andrade; com o coordenador geral do MME, Marlon Arraes Jardim; e com o coordenador do Departamento de Combustíveis Renováveis, Ricardo Borges Gomide. Eles confirmaram que representantes do Ministério irão participar da próxima reunião do Parlamento Nordestino (Parlatino), a convite do presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba.
Depois da análise do projeto sobre produção de biocombustível, que beneficiará mais de 22 mil e 600 famílias do semi-árido paraibano, o deputado estadual Arthur Cuna Lima será convocado para outra audiência em Brasília.
Arthur já havia entregue o projeto pessoalmente a Lobão, em novembro do ano passado, durante a participação do ministro na "Conferência Internacional sobre ‘Biocombustíveis: os biocombustíveis como vetor do desenvolvimento sustentável", que ocorreu em São Paulo. O agendamento da audiência desta quinta-feira, foi solicitada pela assessoria do ministro de Minas e Energia ao Escritório de Representação da Paraíba, em Brasília.
O mesmo projeto também foi entregue pelo presidente da ALPB à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Com a implantação do projeto, serão produzidos 150 milhões de litros de biodiesel ao ano, com o cultivo de 113 mil e 400 hectares de pinhão manso.
O projeto conta com apoio e acompanhamento do College of Science e do RaD Center of Bio-Technology da Universidade de Sichuan, dirigido pelo professor Chen Fang, responsável direto pela variação genética do pinhão manso, que alcança 63% de óleo em sua amêndoa. Segundo o presidente da Assembléia Legislativa, serão gerados 394 empregos diretos, com geração de renda de R$ 8 mil ao ano para cada uma das 22.680 famílias produtoras. Estima-se ainda mais 120 empregos indiretos na construção civil.
Na Paraíba, os 90 municípios já assinaram o termo de adesão ao programa. Estima-se o cultivo de 113 mil hectares ou 22.600 módulos de cinco hectares cada. Todo o processo será automatizado e funcionará por 24 horas, com vários pontos de controle de qualidade.
A família que produzir 3 mil quilos de sementes ao ano terá um ingresso de R$ 8 mil nesse mesmo ano, só com a produção de óleo. O custo calculado para implantação desse projeto é de R$ 2.500 por hectare, para implantação do cultivo e cuidados nos três primeiros anos.
Cada família pode buscar um empréstimo de R$ 12.500 por módulo de cinco hectares. Esse empréstimo pode ser financiado em até oito anos, com carência de três ou quatro anos e juros de 1% a 5% fixos ao ano, via PRONAF Florestal. Os investimentos globais na implantação, que incluem até os impostos, ficam em torno de R$ 209 milhões e 800 mil. Os equipamentos das usinas e esmagadoras não possuem similares no país e serão produzidos no Brasil com tecnologia da Universidade de Sichuan. Os equipamentos das usinas de co-geração serão adquiridos no Brasil.