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Distribuição e revenda: modificações no mercado de combustíveis


Adriano Pires - 27 nov 2009 - 12:10 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:09

O mercado de combustíveis tem apresentado grandes modificações no Brasil. No caso da distribuição ocorreram duas mudanças. A primeira, a volta de uma maior concentração de mercado com o fim das sonegações fiscais e também com a diminuição das adulterações nos combustíveis. No mercado do etanol, as sonegações fiscais ainda permanecem, porém a tendência é de que praticamente desapareçam com as medidas que os estados, em particular São Paulo, devem estabelecer. O interessante é que este movimento de retorno à concentração de mercado ocorre dentro de um processo de nacionalização das empresas distribuidoras de combustíveis no Brasil. A Esso foi comprada pela Cosan, a Texaco pela Ipiranga e a Repsol pela Ale. Só a Shell continua atuando no mercado brasileiro. A explicação para esse movimento é a grande reestruturação que as "majors" promoveram nos últimos anos, que levou ao abandono da atuação no segmento de downstream em alguns países. No Brasil, em particular, as incertezas regulatórias e o monopólio da Petrobras no refino.

No segmento da revenda de combustíveis, também vêm surgindo alterações na direção de uma maior concentração. Isso fica claro quando observamos o movimento de compra de rede de postos por parte das grandes redes de supermercados. O Carrefour já possui 92 postos, o Pão de Açúcar 115, o Makro 26 e o Wal Mart entrou depois mas já possui 3 postos e está no mercado disposto a novas aquisições. A explicação para esse movimento dos supermercados é a sinergia entre a venda de combustíveis e os demais produtos e a especulação imobiliária que está acabando com postos nas áreas valorizadas das cidades. Além do mais, o Brasil possui um número excessivo de postos que só sobreviviam devido à sonegação e adulteração de combustíveis. Isso vem diminuindo e também levará a uma maior concentração do mercado da revenda.

Essa concentração na distribuição e revenda de combustíveis no Brasil deverá criar novas relações de força e, portanto, comerciais entre os dois agentes. Esperamos que seja em beneficio dos consumidores.

Blog Adriano Pires - O Globo