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Diesel mais caro à vista


Assessoria de Imprensa da Fecombustíveis - 17 dez 2010 - 11:46 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) informa que postos revendedores em todo o Brasil têm sido avisados pelas companhias distribuidoras de que o custo do diesel vai subir em pelo menos 2% a partir de janeiro de 2011, devido aos maiores preços do biodiesel.

Por determinação legal, todo diesel rodoviário comercializado no Brasil possui 5% de biodiesel, o chamado B5. Na refinaria, o litro do diesel puro, sem impostos, sai a R$ 1,13. Já o litro do biodiesel puro (B100), também sem tributos, custa R$ 2,30, segundo o preço médio ponderado no 20º leilão de biodiesel da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado em novembro e com previsão de entrega entre janeiro e março de 2011.

O elevado preço do biodiesel – mais que o dobro do diesel de petróleo - deve gerar um impacto final no custo do produto (com impostos, mas sem frete) de R$ 0,028 por litro, ou de 2%. “É importante lembrar que essa conta assume apenas o maior custo do biodesel na usina. Ou seja, não inclui os preços de frete da distribuidora, nem margens de distribuição e revenda”, explica Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis. “Hoje, apesar de a região Sudeste ser a principal consumidora de diesel, concentra apenas 18% da produção de biodiesel. E das usinas até as bases de distribuição, o caminhão-tanque com biodiesel percorre quase mil quilômetros, em média, o que certamente também impacta no preço final”, completa.

Ele lembra ainda que mais de 60% do transporte de cargas no Brasil ocorre pelo modal rodoviário e, portanto, qualquer alteração no custo do diesel tem impacto direto nos preços dos produtos finais.




Além da preocupação com os preços elevados do biodiesel, Paulo Miranda Soares explica que o custo operacional da revenda vem aumentado desde a introdução do biocombustível na matriz energética, em meio à formação de borra e resíduos, gerando a necessidade de trocas mais frequentes de filtros e de limpezas de tanques. Isso sem falar nas reclamações de consumidores sobre problemas em seus veículos, inclusive demandando dos postos reembolso pelos gastos com manutenção e reparo. “O assunto encontra-se em análise na ANP, mas ainda não se chegou a uma solução. Por enquanto, tem cabido à revenda arcar com esses custos, mesmo tendo adquirido um produto dentro das especificações determinadas pela Agência. Várias revendas também têm sido autuadas por diesel com percentual de biodiesel diferente do que prevê a legislação. Mas é importante lembrar que, ao contrário do que acontece com a mistura de etanol e gasolina, não há qualquer teste que possa ser realizado no posto para detectar se realmente recebemos da distribuidora o diesel com 5% de biodiesel. Temos que confiar em nosso fornecedor”, destaca o presidente da Fecombustíveis.

O biodiesel é produzido em usinas autorizadas pela ANP e adquirido, via leilão, pela Petrobras e pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Estas, por sua vez, revendem o produto às distribuidoras, que são responsáveis por buscar o biocombustível nas usinas, misturá-lo com o diesel e depois revender aos postos. É vedada a comercialização direta entre usina e posto.

A Fecombustíveis lembra que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor decidir se irá repassar ou não ao consumidor os maiores preços, bem como em qual percentual, de acordo com suas estruturas de custo. Entendemos, no entanto, ser importante informar à sociedade sobre a realidade dos fatos para que a revenda varejista, face mais visível da cadeia, não seja responsabilizada por alterações no preço ocorridas em outras etapas do mercado.

A Fecombustíveis representa os interesses de cerca de 37 mil postos de serviços que atuam em todo o território nacional, 365 TRRs e 34 mil revendedores de GLP, além do mercado de lubrificantes.