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Cotação da soja eleva preço dos alimentos


Folha de Londrina - 13 dez 2007 - 07:45 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Os sucessivos aumentos da cotação da soja no mercado internacional já refletiram diretamente no bolso dos consumidores. Produtos como o óleo refinado, frango e suínos (que se alimentam com farelo de soja) -e que estão na maioria das mesas dos brasileiros - deverão ter seus preços finais pressionados ainda mais pelo reajuste do grão. Pesquisas de preços realizadas no varejo já mostram que o custo do óleo refinado subiu 9,4% em Londrina desde o início do ano, enquanto os preços do frango congelado e do lombo suíno foram reajustados, em média, em 10% e 8%, respectivamente, no varejo estadual.

Neste ano, a cotação da soja entrou em um novo patamar de preços influenciada por fatores como: redução da área plantada nos Estados Unidos, aumento da demanda pelo grão na China e expansão do biodiesel. Além disso, na avaliação de Anderson Galvão, diretor da Celleres (empresa privada de análises do agronegócio), o mercado da oleaginosa passa por um ajuste de preços. ''A pressão dos custos de produção - fertilizantes, câmbio e combustível -fizeram os preços mudarem para outro patamar. Em 2009 certamente os preços estarão favoráveis; em 2009 provavelmente, mas depende da safra americana'', diz.

Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq/USP), mostra que a cotação da soja está em ascendência desde julho, chegando a bater recordes durante o mês passado na Bolsa de Chicago. Em novembro, o grão chegou a ser comercializado no mercado futuro por US$ 11 o bushel, ante uma média histórica de US$ 5,5 a US$ 6 o bushel. Além disso, o preço do farelo foi pressionado pela demanda das criações animais, enquanto as indústrias de óleo também registraram aumento devido ao biodiesel.

No mercado internacional, o custo do óleo teve alta de 40%, ultrapassando a casa dos US$ 1 mil a tonelada; no mercado interno, a cotação já estaria próxima dos R$ 2,3 mil a tonelada. Segundo o Cepea, é o maior nível de preços da história do produto. Já a cotação do farelo acumula altas mais expressivas, com reajuste de preços de 61%, desde junho, quando o preço do produto começou a esboçar reação. ''Além da demanda das criações de aves e suínos, os bons preços da Bolsa de Chicago deram suporte ao mercado interno'', explica Lucílio Alves, pesquisador do Cepea.

Segundo ele, é difícil prever uma alta de preços no varejo porque os custos variam de acordo com cada indústria. ''No caso do óleo, por exemplo, não há uma transmissão direta com o preço do grão. As indústrias, primeiro, apertam suas margens e somente depois repassam os preços, há uma defasagem'', comenta Alves. O gerente de grãos, oleaginosas e carnes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Paulo Moraes Filho, explica que o preço do óleo é o item do complexo soja que mais tem tido seu preço reajustado, devido à influência do biodiesel usado, principalmente, na Europa.

Fernanda Mazzini

Tags: Alimento