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Coplacana deve inaugurar usina de biodiesel em dois meses


Gazeta de Piracicaba - 29 abr 2009 - 06:07 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

A usina de biodiesel da Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana-de-Açúcar) de Piracicaba e Região deve entrar em funcionamento a partir de junho. A estimativa é da entidade que gerencia o empreendimento, já em fase final de testes para início da comercialização. Na manhã de ontem, o prefeito Barjas Negri (PSDB) e o presidente da cooperativa, José Coral, estiveram na usina (localizada nas proximidade do bairro Taquaral) em visita oficial às instalações.

O empreendimento ocupa uma área de 80 mil metros quadrados e conta com um investimento inicial de R$ 13 milhões, com capacidade de produção de 45 mil litros de biocombustível ao dia (13,5 milhões de litros/ano).

"É um projeto pioneiro no Estado de São Paulo e acredito que até mesmo em nível nacional, pelo fato da usina trabalhar em conjunto com os cooperados em todo ciclo produtivo", diz José Coral. "O biodiesel poderá render a comercialização da soja em maior quantidade, coisa que antes era pouco explorada na região", completa.

Os agricultores fornecem a soja, que é armazenada e tem o óleo extraído pela usina de biodiesel. Após o processo, o biocombustível gerado pode ser aproveitado pelos próprios agricultores (de forma pura ou na mistura com o diesel) para uso particular no abastecimento da frota agrícola.

Os produtores também poderão optar pelo comércio com outras empresas, mas pagarão taxas específicas do mercado. A oleoginosa da soja já é extraída na usina e atualmente é utilizada por empresas parceiras da Coplacana.

O farelo resultante do processo pode servir de alimentação para o gado dos cooperados. São cerca de 240 toneladas por dia. Segundo Coral, pelo menos metade do farelo será encaminhado para a fábrica de ração animal da cooperativa.

O restante ficará confinado para utilização do projeto "boitel", um hotel de bois criado pela cooperativa para engorda durante o período de seca nos pastos. "Com a sobra do farelo nós vamos ajudar o agricultor (principalmente durante a entressafra) que traz o gado para engorda".

Coral destaca que o empreendimento fecha o ciclo de produção do biocombustível por incentivar, financiar e garantir a comercialização do produto, além de reduzir os custos do processo produtivo em benefício dos cooperados.

Com isso, haverá a ampliação do plantio de soja nas épocas de renovação dos canaviais, com maior segurança ao agricultor. "Agora o produtor tem toda a segurança, desde a silagem e secagem da soja até o seu aproveitamento".

A Coplacana dará toda a assistência aos agricultores, financiando o plantio da soja, fornecendo a semente e o fertilizante, recebendo o produto, moendo e aproveitando o farelo para a engorda de gado. Klever Coral, dirigente da Coplacana, destaca que para atingir a capacidade da usina será necessária a colheita de cerca de 500 mil sacas de soja por ano (com uma produtividade de cerca de 45 a 50 sacas por hectare, a estimativa resulta em 10 mil hectares de soja). Em fase de testes, a usina já conta com dois silos que armazenam 50 mil sacas cada.

DIVERSIFICAÇÃO. O prefeito Barjas Negri ressalta que o aspecto mais importante da Usina de Biodiesel será a diversificação da cultura, hoje concentrada na cana-de-açúcar, dando alternativas a mais para os produtores, pois a soja na sua transformação pode agregar muito valor, produzindo o óleo combustível, o biodiesel e o farelo, importante para a alimentação do gado. "A Coplacana sem dúvida, é um elo vital para o desenvolvimento econômico e social do município, principalmente na geração de emprego e renda".

FELIPE RODRIGUES

Tags: Coplacana