[Vídeo] Combustíveis alternativos podem ajudar a melhorar a qualidade do ar
O diesel é o combustível mais poluente que existe. Durante a queima, ele libera gases tóxicos, pois tem enxofre na composição. Em São Paulo, 15 mil ônibus estão nas ruas e a maior parte deles é abastecida com diesel, assim como os caminhões. Para tentar amenizar o problema, há alguns anos a prefeitura encontrou uma alternativa que ajuda o meio ambiente e é viável economicamente: o biodiesel, que tem origem vegetal. Outra solução é o trólebus, movido a energia elétrica, que não polui.
O biodiesel é renovável, feito de soja ou mamona. Em 1.200 ônibus que circulam pela Região Metropolitana, a porcentagem do combustível nos tanques chega a 20%. Por isso, eles são chamados de ‘ecofrota’. “Eu diria que até 2018 nós devemos ter toda a frota de São Paulo utilizando combustível renovável”, explica Márcio Schetino, assessor ambiental da SPTrans.
Já o trólebus, alternativa de veículo menos poluente, é movido a energia elétrica. No corredor São Mateus-Jabaquara, 81 trólebus transportam mais de 70 mil passageiros por dia. São pessoas que moram no ABC e que dependem desse tipo de transporte.
São 22 km de rede no corredor, onde os trólebus circulam por vias exclusivas. Por isso, o veículo está ganhando espaço novamente nos sistemas de transportes da região metropolitana. “Nós pretendemos aumentar a participação do trólebus neste corredor. Entendemos que os ônibus elétricos são os melhores que existem, é a melhor tecnologia possível”, fala o coordenador da EMTU, Ivan Carlos Regina.
Na capital, a rede de trólebus é bem maior. São 200 km, mas, em vez de solução, eles têm sido um problema. O sistema de ônibus elétricos foi implantado em São Paulo em 1949 e é o mais antigo do país. Hoje são 200 trólebus na capital e a idade média da frota passa dos 20 anos. A rede também é antiga. São 19 ocorrências, em média, por mês de quebra dos cabos e de falta de energia elétrica. Até 2012, a meta é renovar 70% da frota.
É preciso modernizar a rede de trólebus em São Paulo. Segundo Schetino, a prefeitura irá iniciar uma licitação nos próximos meses para modernizar e acabar com a queda dos cabos. “Isso vai melhorar bastante a questão de operação e o conforto de usuários.”
Hidrogênio
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e o Ministério de Minas e Energia coordenam um projeto para desenvolver um ônibus diferente: com escapamento sem fumaça. Dele, só saem gotas de água limpa e vapor imperceptível.
O ônibus é como qualquer outro. Tem capacidade para 29 passageiros sentados e 32 de pé. Os idosos, gestantes e cadeirantes também têm seu espaço reservado. A diferença é o motor que fica embaixo. O hidrogênio entra através de uma caixa azul e se transforma em energia elétrica.
“Ele não emite nem material particulado e também não emite gás de efeito estufa. Ele é ambientalmente saudável para a saúde das pessoas e para o planeta, ele é perfeito do ponto de vista da poluição”, conta Ivan Carlos Regina, coordenador do projeto Ônibus a Hidrogênio.
O veículo está em testes desde 2009 num corredor que passa por cinco unidades da Região Metropolitana de São Paulo. É um projeto dos governos Estadual e Federal e o dinheiro para a construção do ônibus veio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Contudo, os veículos movidos a hidrogênio ainda custam muito caro, mais de R$ 1,6 milhão. Os convencionais, a diesel, ficam entre R$ 300 e R$ 500 mil. “Esse ônibus ainda está custando três vezes o que custa um ônibus normal. Mas eu queria frisar que nos próximos que estamos adquirindo já serão os ônibus mais baratos a hidrogênio produzidos no mundo. É a nossa meta”, completa o coordenador do projeto.
A Prefeitura de São Paulo diz que até o final deste mês serão colocados nas ruas 50 ônibus movidos a etanol. É uma forma de diminuir a emissão de poluentes, já que o combustível vem da cana de açúcar e é renovável.