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Univaldo Vedana

Governo federal, cadê o foco?


Univaldo Vedana - 12 mar 2009 - 14:46 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

Nos últimos quatro anos temos visto surgirem dezenas de plantas com potencial para biodiesel. No início do programa o governo bateu o pé firme na mamona e paralelo veio o nabo forrageiro, o girassol, o pinhão manso, a macaúba, o babaçu, o gergelin, o tungue, o amendoim. Na Amazônia são dezenas de palmeiras e outras plantas nativas com potencial. Depois veio o crambe, a canola e o cártamo. Uma diversidade potencial de dar inveja a muitos países.

O governo começou com a mamona acreditando na carta de Pero Vaz de Caminha: “Nessa terra, em se plantando, tudo dá”. Não deu. Hoje o óleo de mamona atende o setor que sempre foi sua principal vocação, a óleo química, graças ao maior valor agregado. O plantio está estacionado, a produtividade é baixa, a cultura exige emprego de tecnologias e bons manejos para aumentar a produtividade e organização dos produtores. Situações difíceis de implantar junto a agricultura familiar.

A legislação do Selo Combustível Social foi alterada e ofereceu mais vantagens, mas em contrapartida exigiu mais das usinas também. Então, continuará como está. Ou seja, as empresas do agronegócio da soja arrebanhando pequenos produtores de soja. Para essas empresas isto não é problema e não aumenta os custos, já faz parte do negócio deles.
 

 Com isto o MDA baterá palmas, pois os seus números dirão que mais agricultores foram incluidos e o biodiesel proporcionou mais renda para as famílias. Univaldo Vedana


Com isto o MDA baterá palmas, pois os seus números dirão que mais agricultores foram incluidos e o biodiesel proporcionou mais renda para as famílias.

E assim voltamos a necessidade de alternativas a soja. Nesses quatro anos atirou-se para todos os lados e ninguém acertou em nada. O óleo de soja reinou e a participação desta oleaginosa na produção de biodiesel ultrapassou os 80% em 2008. E foi somente o algodão, com miserável participação em 2008, que representou toda a diversidade agrícola brasileira.

Governos estaduais e algumas empresas investiram no girassol na agricultura familiar na região Nordeste com resultados ainda incertos.

E voltamos ao ponto de partida: a falta de políticas agrícolas específicas.