[CBBR 2021] Impasses do novo modelo de comercialização
Entre as – muitas – questões que vem afligindo o setor de biodiesel neste final de ano, certamente a forma como a mudança do modelo de comercialização de biodiesel vem sendo tocada pelo governo federal é a que vem causando os maiores calafrios. Entre os fabricantes, há consenso de que – da forma como está – o novo modelo causará estragos. Não são poucas as vozes dentro da indústria temerosas de um verdadeiro apagão do setor.
Entender melhor o que estás por vir e antecipar os possíveis riscos – bem como saber o que está sendo feito para evitá-los – foi o objetivo do Painel 2 da Conferência BiodieselBR 2021 – evento realizado entre os dias 08 e 09 de novembro na cidade de São Paulo. O painel contrapôs as posições de representantes do Grupo Potencial, da Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Janela aberta para irregularidades
Presente em ambos os lados do balcão – distribuição e produção de biodiesel – o Grupo Potencial foi representado por seu diretor, Carlos Eduardo Hammerschmidt, que, embora se declare defensor da abertura de mercado, está bastante preocupado que o fim dos leilões acabe transplantando para o mercado de biodiesel as mesmas práticas pouco ortodoxas que, há anos, são vistas no segmento de etanol. “A gente quer abrir o mercado, mas com os pés no chão. De uma forma que não permita a entrada de empresas de má fé”, indica resaltando um estudo recente da FGV calculou que a sonegação fiscal apenas no segmento de etanol hidratado gira em torno dos R$ 14 bilhões por ano.