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Biodiesel

Projeto de estudantes com óleo de cozinha é premiado


Gazeta de Piracicaba - 10 dez 2008 - 07:20 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:07

Os alunos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Bruno Rogora Kawano (Campinas), Danilo de Brito Garcia (Pereira Barreto) e João Paulo Marinho (São Paulo), do 4º ano de Engenharia Agronômica, foram os vencedores do Ser Empreendedor 2008 e receberam R$ 10 mil em prêmio. A equipe concorreu com o projeto "PB-Diesel", uma miniusina de biodiesel, que utiliza como matéria prima óleo residual de fritura.

Em sua quinta edição, a competição de plano de negócios é conjugada com palestras e curso e visam a capacitação de graduandos que almejam a construção da própria empresa. O objetivo é orientá-los a utilizar o plano de negócios como um diferencial competitivo na apresentação de seu empreendimento para possíveis parceiros, investidores e clientes. A iniciativa é da Poli Junior (Empresa Junior da Escola Politécnica da USP).

No projeto "PB-Diesel" os estudantes da Esalq executaram uma análise situacional, descrevendo o mercado atual do biodiesel, além de apresentarem uma análise de marketing, plano logístico e financeiro. O objetivo foi mostrar a viabilidade econômica para o empreendimento.

"O biodiesel é um produto que ganha destaque na nova matriz energética mundial. Quando produzido a partir de resíduos, como o óleo de fritura (grande agente poluidor de rios), ganha ainda mais destaque frente à forte demanda mundial por fontes de energia renováveis", destaca Bruno Kawano, um dos autores do projeto. Outro ponto destacado é a baixa influência da sazonalidade sobre o negócio, uma vez que o óleo de cozinha é utilizado quase sempre na mesma proporção durante todo o ano, já que é um item essencial da cesta básica nacional.

"Por último, podemos assegurar que se trata de um negócio altamente vantajoso para todos os envolvidos (sócios, clientes, fornecedores, funcionários e sociedade). A expectativa de produção de 40.000 litros de óleo por mês garante o faturamento e lucros da empresa. O preço final do biodiesel garante a segurança e uma maior tranqüilidade de negociação de contratos com clientes da PB-Diesel", salientam os premiados.

A PREMIAÇÃO. A competição é composta por três etapas. Na primeira, os inscritos participam de uma capacitação oferecida pelo Sebrae, cumprindo 40 horas de um curso de Plano de Negócios. Na segunda etapa, as equipes tiveram um prazo de 20 dias para a elaboração do plano de negócios. Finalmente, a correção de todos os projetos é realizada pelo CIETEC (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas) e pelo PCS (setor responsável pela área de Concentração de Sistemas Digitais, uma das cinco Áreas de Concentração, do Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da USP). Este ano, o concurso teve mais de 50 trabalhos inscritos e para a final foram selecionados 5 equipes. Os finalistas tiveram um prazo de 5 dias para desenvolver a apresentação de seus projetos frente a uma banca examinadora. "Acho importante destacar que a nossa equipe não esteve em nenhuma das etapas antes da apresentação final por ser inviável a viagem quase que diária para São Paulo para a realização do curso. Uma de nossas grandes vitórias foi justamente realizar o plano com a experiência adquirida no ano passado", ressalta João Paulo Marinho.

Segundo os autores do trabalho, a idéia da usina de biodiesel já foi trabalhada por alguns membros da equipe em outros estágios realizados durante a graduação e, em 2007, a equipe já havia participado do evento. "No ano passado ficamos em 4º lugar na primeira etapa e ficamos em 2º lugar na final. O sentimento de que poderíamos aperfeiçoar principalmente a parte escrita manteve nosso interesse em participar mais uma vez. A proposta de trabalhar com óleo residual não é nova, muitas empresas e cidades já utilizam essa estratégia, mas entre os finalistas o nosso trabalho apresentou argumentos de sustentabilidade social e ambiental", lembra Danilo Garcia.

Os estudantes sempre trabalharam em conjunto desde o início da graduação e reforçam que a afinidade acadêmica contribuiu significativamente para o aperfeiçoamento do trabalho ao longo do ano.