Projeto Biodiesel da Unigran atrai produtores na 7º Expodinâmica
O estudo sobre custos de produção do Biodiesel, feito por acadêmicos do 5º semestre de Administração em Agronegócios da UNIGRAN, foi uma das principais novidades da 7ª Expodinâmica, que acontece na 42ª Expoagro, no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, em Dourados. O biodiesel – combustível para motores a diesel obtido de óleos vegetais – deve se consolidar como novo componente do agronegócio da região. Em substituição ou em misturas com o diesel, derivado do petróleo, o biodiesel pode baratear os custos de produção na agricultura e na agroindústria.
Entre diversas possibilidades de produção de óleo vegetal para biodiesel, o difícil é saber qual oleaginosa oferece o melhor benefício. Por esse motivo, a pesquisa dos alunos com quatro variedades de plantas – soja, mamona, girassol e nabo forrageiro – atraiu a atenção dos produtores e técnicos durante a apresentação dos resultados, na terça-feira.
As vantagens variam conforme as situações de momento no mercado, mas pelo menos três conclusões são possíveis: o biodiesel economiza divisas e gera empregos aqui, não nas refinarias do exterior, e o girassol continua sendo a opção mais indicada para o sul do Estado. “O girassol, é só moer e o óleo já sai pronto para queimar, não é como o óleo de soja, que depende de aquecimento e é mais sofisticado”, disse o produtor João Lopes, simplificando o processo e prevendo que o diesel perderá espaço no mercado interno, “o óleo diesel vai ter que ficar lá para o exterior, porque aqui não vai dar”.
Devido às vantagens técnicas e econômicas que o girassol apresenta, foi essa a variedade escolhida pela UNIGRAN para o desenvolvimento de pesquisas com o biodiesel. Em quatro anos, os pesquisadores da Instituição dominaram o processo de produção que se adapta bem às necessidades dos produtores. Em outro estande montado na 42ª Expoagro, o visitante conhece como é feita a transformação do óleo vegetal em um combustível de elevado rendimento. “Eu não achava que o óleo de girassol, ou o óleo de soja, um dia iria substituir o óleo diesel. Agora, graças aos estudos, à tecnologia, podemos trabalhar na lavoura com um custo menor, porque o diesel é um insumo muito caro; então, nós temos que partir para esse lado”, falou o produtor Erenaldo Lopes.
As pesquisas da UNIGRAN com biodiesel continuam no tratamento de resíduos e aproveitamento de subprodutos, de um lado, e no monitoramento das variáveis de mercado que podem tornam uma ou outra oleaginosa mais apta à produção de biocombustível, registrando-se as cotações do dólar, do petróleo, dos grãos e dos preços dos óleos vegetais no mercado. Em dado momento, pode ser, por exemplo, que seja mais compensador vender óleo de girassol para consumo humano e comprar outro, que esteja mais barato, para a fabricação de biodiesel. Os administradores de agronegócio são os profissionais indicados para prestar essa consultoria.
“Os produtores não têm noção exata dos custos”, disse a acadêmica Micheli Antonella, membro do grupo que realizou os estudos mostrados na Expodinâmica. A estudante informou que o custo por litro de biodiesel feito com óleo de girassol é de R$ 1,18, hoje, enquanto que o preço do diesel está na faixa de R$ 2,00. “Então, o biodiesel sai mais em conta; a gente pesquisou bastante e estamos tentando passar para os produtores o que a gente aprendeu”, falou a acadêmica.
Os estudos sobre o biodiesel apresentados na 7ª Expodinâmica foram orientados pelo professor Euclides Maranho, coordenador do curso de Administração de Agronegócios. Ele afirma que não há mais como o biodiesel sair do contexto do agronegócio. “A gente sabe que o petróleo está no fim e uma outra matriz energética tem que ser criada, é o caminho do Biodiesel”, falou.