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Biodiesel

Lideranças agrícolas do Norte de Minas vão a José Alencar pedir apoio para algodão transgênico


Revista Fator - 10 jul 2008 - 05:04 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

O prefeito municipal, José Barbosa Filho (Zinga), e o assessor técnico agrícola, José Tibúrcio de Carvalho Filho, ambos de Catuti-MG, representando um grupo de cerca de 30 agricultores familiares, que produzem algodão transgênico em uma área de 130 hectares, foram recebidos pelo presidente da República em exercício, o vice-presidente José Alencar, na segunda-feira, dia 7 de julho. Na oportunidade, apresentaram a José Alencar o atual projeto de retomada da produção do algodão no Norte de Minas Gerais - região que representa, a partir de Catuti, em distâncias de até 390 Km, municípios diversos como Janaúba, Monte Azul, Mato Verde, Pai Pedro, Francisco Sá e São Francisco.

O presidente da República em exercício, grande conhecedor de fibra de algodão, mostrou-se bastante entusiasmado com a qualidade da pluma produzida na região e apresentada pelas lideranças, dizendo que "esse produto é tipo quatro", referindo-se à categoria do fio. Mais ainda, de acordo com José Alencar, estava sendo "a primeira vez que os agricultores do Norte de Minas iam ao Planalto não apenas para pedir mas, sim, para levar soluções".

Para ilustrar o potencial da expansão do plantio de algodão transgênico na região, os representantes dos agricultores, além da pluma, deram de presente ao mais alto mandatário da República uma garrafa de óleo de algodão, para mostrar que na região o algodão tem aproveitamento integral tanto da pluma como do caroço. Com o aumento da produção, assinalam, esse caroço poderá ser beneficiado pela Usina de Biodiesel de Montes Claros-MG, a 200 Km de Catuti.

200 arrobas/ha em 100 dias - No mesmo dia, em Brasília, os representantes dos agricultores também foram recebidos em audiência pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, onde apresentaram o projeto e os benefícios da adoção do algodão transgênico para a recuperação da agricultura naquela área da Serra Geral de Minas Gerais. Segundo eles, a produtividade anterior do algodão na área ficava entre 30 e 40 arrobas por hectare. Hoje, as 30 famílias de pequenos produtores de algodão conseguem até 200 arrobas por hectare.

José Barbosa Filho acentua que, além da tecnologia, a região detém um clima muito favorável ao plantio de algodão tanto que, enquanto na maioria das regiões brasileiras o ciclo de produção fica ao redor de 250 dias, no Norte de Minas esse ciclo cai para apenas 100 dias.

Para José Tibúrcio de Carvalho Filho, também diretor técnico da AMIPA para o Norte de Minas, existe um preconceito no Brasil de que o algodão transgênico só beneficia os grandes produtores, situação que absolutamente não é a deles. "Nossas lavouras aqui têm no máximo 4 hectares", informa o assessor técnico da Prefeitura de Catuti. "Temos aqui, na região do semi-árido, a mesma tecnologia utilizada pelos grandes produtores", relata. Segundo ele, em média, uma família de pequenos agricultores de algodão transgênico naquela região pode conseguir um rendimento mensal de R$ 1.500,00, "um valor que é fundamental para toda a família".

Para o assessor técnico da Prefeitura de Catuti, outro fato importante a ser considerado é a redução do número de aplicações de inseticidas na lavoura: enquanto no plantio do algodão convencional são realizadas 20 pulverizações por ciclo de plantio, no algodão transgênico são feitas somente sete pulverizações. "Tudo isso acaba levando não apenas a benefícios econômicos para os agricultores, mas principalmente a benefícios de saúde, já que eles ficam menos expostos ao uso intensivo de agrotóxicos. Sem falar no meio ambiente que também é preservado devido a uma menor utilização de agrotóxicos", finalizou.