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Biodiesel

Goiás receberá 12 unidades de biodiesel


Valor Online - 20 mar 2007 - 10:23 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A Cooperativa dos Produtores de Algodão do Estado de Goiás (All Cotton) uniu-se à consultoria B2BR Group, ao grupo alemão Lurgi AG e ao francês Menaa Finance para instalar uma usina de biodiesel em Acreúna, a 151 quilômetros de Goiânia. A unidade, que terá capacidade para produzir 100 milhões de litros de biocombustível por ano, recebeu investimento de 56 milhões de euros e deve iniciar as operações em 2008. A usina será administrada pela empresa Allbio, fundada pelos sócios. "A idéia inicial é trabalhar com caroço de algodão e com soja", afirma Cláudio Borges, diretor comercial da Allbio.

Em Porangatu, no extremo norte do Estado, a Bionasa Combustível Natural está investindo R$ 40 milhões na implantação de uma usina que vai produzir 100 milhões de litros de biodiesel por ano, a partir de soja, sebo de boi e girassol, adquiridos de indústrias e produtores de grãos. A empresa também estuda instalar unidades em Anápolis e Santa Helena.

O aquecimento do mercado de biocombustíveis e o interesse de produtores locais em produzir biodiesel para substituir o uso do diesel atraiu para Goiás investimentos da ordem de R$ 320 milhões, de acordo com dados da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás. Conforme os pedidos de licença feitos junto ao governo goiano, dez empresas devem instalar 12 unidades fabris neste ano.

Além de Allbio e Bionasa, anunciaram recentemente a construção de novas usinas Bens Oil (em Senador Canedo), Bionorte (São Miguel do Araguaia), Centerpharma (Luziânia), Centro Oeste Óleo (Leopoldo de Bulhões), Dixie Oil (Santa Bárbara) e Planalto Biodiesel (Padre Bernardo). Os projetos em fase mais avançada são da Caramuru, Granol e Binatural, que inclusive já participaram de leilões da Petrobras para iniciar o fornecimento do biocombustível neste ano.

A Caramuru, conforme fontes ligadas à empresa, deve inaugurar a unidade em abril. A usina, baseada em São Simão, recebeu investimento de R$ 30 milhões e terá capacidade para produzir 100 milhões de litros por ano. A Granol já opera uma unidade em Anápolis, que tem capacidade para 100 milhões de litros por ano e recebeu aporte de R$ 30 milhões. E a Binatural, investiu R$ 4 milhões em uma unidade em Formosa, que vai produzir 8 milhões de litros/ano.

Atualmente, o Estado consome 1,4 bilhão de litros de diesel por ano. Reinaldo Fonseca, economista da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), observa que as usinas já anunciadas têm capacidade de produção superior a 500 milhões de litros de biodiesel por ano - o que demandaria, por exemplo, uma oferta de 2,5 milhões de toneladas de soja por ano. "A expansão dos projetos é boa para o Estado, porque indica a possibilidade de redução dos gastos com diesel, mas há risco de faltar matérias-primas para atender toda essa demanda", afirma.

Fonseca observa que, das 6,3 milhões de toneladas de soja que o Estado produz, 40% são exportadas. No fim de 2006, esmagadoras tiveram de paralisar as atividades por falta de matérias-primas. "Em Goiás haverá problema com soja e o mesmo deve acontecer no resto do Centro-Oeste", avalia Fonseca. Ele sugere que o governo incentive o plantio de culturas alternativas, como girassol, algodão e pinhão-manso, para suprir a demanda.