Descoberto novo método de produção de hidrogênio
Pesquisadores do laboratório nuclear do governo e de uma companhia de cerâmica em Salt Lake City disseram que encontraram uma nova forma de produzir hidrogênio puro, gastando bem menos energia que outros métodos, aumentando a possibilidade do uso da força nuclear para indiretamente libertar os sistemas de transporte de sua dependência do petróleo.
O desenvolvimento da tecnologia iria aproximar o país do objetivo do Departamento de Energia de uma “economia do hidrogênio”, na qual o hidrogênio iria ser criado por uma variedade de meios e consumido por aparelhos chamados de células de combustível, fazendo a eletricidade rodar carros e para outros propósitos.
Especialistas citam três grandes obstáculos para uma economia do hidrogênio: produzir hidrogênio limpo e de baixo custo, achar uma foram de armazená-lo e transportá-lo e reduzir o preço astronômico das células de combustível.
“Este é um avanço na primeira parte”, disse J. Stephen Herring, engenheiro-consultor da Engenharia Nacional e Laboratório Ambiental de Idaho, que planeja anunciar o desenvolvimento do novo método na segunda-feira, junto com a Cerametec Inc., de Salt Lake City.
Os engenheiros também disseram que o hidrogênio pode ser usado pelas companhias de petróleo para expandir o suprimento de combustível sem ter que resolver os problemas de transporte e das células.
Herring disse que trabalhos experimentais mostraram “a maior taxa de produção de hidrogênio conhecida por eletrólise em alta-temperatura”.
Mas o plano requer a construção de um novo tipo de reator nuclear, em uma época que os EUA não constroem nem mesmo reatores convencionais. E as estimativas de custo são incertas.
O coração do plano é um aprimoramento da forma mais eficiente de extrair hidrogênio, que é passar uma corrente elétrica pela água, dividindo a molécula de H20 em hidrogênio e oxigênio, chamada de eletrólise.
O novo método envolve passar eletricidade através da água em alta temperatura. À medida que a molécula da água se parte, peneiras de cerâmica separam o oxigênio do hidrogênio.
O objetivo é criar um reator que possa produzir 300 megawatts de eletricidade para a rede elétrica, suficiente para 300 mil ar-condicionados, ou produzir por volta de 2,5 quilos de hidrogênio por segundo. Quando em combustão, um quilo de hidrogênio possui aproximadamente a mesma energia que 4 litros de gasolina comum. Mas as células de combustível, que trabalham sem combustão, produzem o dobro da energia de cada unidade de combustível. Portanto, se usado em células de combustível, o reator pode substituir mais de 1,5 milhão de litros de gasolina por dia.
Outro problema é que os EUA não possuem a infra-estrutura para transportar grandes volumes de hidrogênio. Atualmente, a maioria do hidrogênio é produzida no local onde é usado, geralmente em refinarias de petróleo. O hidrogênio é usado para retirar o enxofre do petróleo bruto, para quebrar moléculas de hidrocarboneto, que são muito grandes para o uso em combustível liquido, e para mudar a relação carbono-hidrogênio para uma mais favorável ao combustível de veículos.