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Biodiesel

Cultivar plantas para biocombustíveis em florestas gera mais CO2 do que evita


Agencia EFE - 09 out 2009 - 13:51 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:09

Cultivar vegetais para produção de biocombustíveis em terras que antes eram ocupadas por florestas ou pradarias gera muitas mais emissões de dióxido de carbono (CO2) que as que permite evitar a substituição de hidrocarbonetos, segundo um estudo a Agência do Meio Ambiente e do Controle da Energia da França (Ademe, na sigla em francês).

O balanço em termo de emissões de CO2 pode ser "catastrófico", de duas a quatro vezes mais que com o recurso aos carburantes de origem fóssil, sobretudo quando se destrói florestas tropicais para produzir óleo de palma, indicam os autores deste relatório dedicado à primeira geração de biocombustíveis.

A razão é que para obter esse óleo de palma que se cultiva, por exemplo, na Indonésia, não só se geram gases do efeito estufa, mas previamente causou o desmatamento de uma mata que previamente contribuía para a absorção de CO2, com algo similar acontecendo com as pradarias.

Os autores deste estudo, que se tornou público com meses de atraso, submeteram a exame os principais biocombustíveis comercializados na França para, à margem do citado impacto da substituição de solos, estabelecer para cada um deles o saldo das emissões se for comparado com as geradas com hidrocarbonetos.

O resultado é que o etanol obtido com cana-de-açúcar é o mais eficiente em termos ambientais, já que gera 90% menos de gases do efeito estufa que a gasolina. Sua elaboração, além disso, mobiliza em torno de 80% da energia que proporciona.

O bioetanol de milho, de trigo e de beterraba, assim como o biodiesel de colza e de soja apresentam um balanço correto, com uma redução de emissões em torno de 60%-80% em relação aos combustíveis fósseis que substituem e uma economia energética em sua elaboração entre 50% e 80%.

No entanto, o ETBE, um etanol obtido da beterraba, do trigo ou do milho representa lucro energético de apenas 20%, abaixo dos requerimentos europeus.

De acordo com a direção europeia sobre as energias renováveis, para poder ser compatibilizado como útil em termos ambientais, um biocarburante deverá representar uma redução de CO2 de 35% em 2010 e de 50% em 2013.

O relatório foi divulgado um dia depois que o Governo francês anunciou um plano impulsionado pela própria Ademe para o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração para 2015.

Tags: Emissões