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Biodiesel

Copel define modelo da usina de biodiesel que vai atender aos pequenos agricultores


AENotícias - 05 ago 2008 - 15:29 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:07

O programa estadual para a produção de biodiesel por pequenas usinas está avançando e, em breve, o primeiro empreendimento deverá estar em condições de ser colocado em licitação. A informação foi prestada pelo diretor de Engenharia da Copel, Luiz Antonio Rossafa, durante a reunião desta terça-feira (5) da Escola de Governo, ao expor ao governador Roberto Requião os desdobramentos do projeto que prevê a instalação de uma usina-piloto para produção de biodiesel em pequena escala.

Em conjunto com o Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar, Universidade Federal do Paraná e outras instituições da administração estadual, técnicos da área de energias renováveis da Copel estão trabalhando para definir as especificações técnicas da unidade, que irá permitir a pequenos e médios agricultores produzir biodiesel para seu próprio consumo.

“A encomenda e o desafio que propusemos à Copel são idealizar e construir uma solução que permita ao Paraná ter diversas pequenas usinas de biodiesel, em diferentes pontos do Estado, para que os agricultores familiares possam produzir o combustível para seus próprios tratores”, afirmou Requião. “Queremos democratizar o acesso dos pequenos e médios agricultores à tecnologia de produção do biodiesel”, disse.

Conforme explicou o diretor de Engenharia da Copel, as especificações técnicas da usina-piloto de biodiesel foram elaboradas e concluídas graças a um trabalho minucioso e bastante detalhado. “O desafio que nos foi oferecido pelo governador exigiu muito empenho e criatividade dos técnicos envolvidos”, disse Luiz Antonio Rossafa. “Estão prontas as especificações técnicas da unidade de transesterificação, que é a parte da produção de biodiesel propriamente, e em mais algumas semanas queremos concluir o detalhamento das demais unidades que compõem o empreendimento”, explicou.

Após definidas as especificações técnicas de todo o complexo, terá início o processo de composição e formatação do edital de licitação para a construção e implantação da usina-piloto. Embora ainda não seja prudente estabelecer prazos para a continuidade das ações, Rossafa estima que é possível conhecer os vencedores das licitações ainda em 2008.

A apresentação das especificações da unidade de biodiesel do futuro empreendimento foi feita na Escola de Governo por Bill Costa, diretor técnico do Tecpar, instituição que participa ativamente dos estudos ao lado de técnicos da Superintendência de Energias Renováveis da Copel. Ele explicou que o objetivo é estruturar uma unidade verticalizada, capaz de processar os grãos de soja como matéria-prima e, ao final, obter – além do biodiesel – outros produtos de valor comercial.

“Produzir apenas biodiesel seria economicamente inviável para um projeto de pequena escala como o que estamos tentando formular”, afirmou Bill Costa. “Para que a usina seja sustentável, é necessário que ela possa agregar valor aos subprodutos como a torta, o farelo e a glicerina obtida do processamento da oleaginosa”, completou.

As especificações básicas já definidas para a usina-piloto prevêem que ela deva ter uma unidade de pré-tratamento dos óleos vegetais brutos, uma unidade principal para a produção do biodiesel e uma estação para o tratamento dos efluentes. A primeira das unidades, a que fará o pré-tratamento do óleo bruto, deverá dispor de tecnologia para trabalhar com óleos de soja, girassol, amendoim e canola, adequando a matéria-prima às exigências operacionais do processo e apresentando, como produto final, óleo vegetal sem goma, com acidez máxima de 1% e teor de umidade de, no máximo, 0,5%.

Já a unidade principal deverá ter capacidade mínima de produzir 500 litros de biodiesel por hora por pelo menos 16 horas ininterruptas. Também terá de dispor de uma unidade para recuperação e reciclagem do excesso de álcool utilizado na reação química para obtenção do biodiesel e de outra para o tratamento e recuperação da glicerina. A especificação também prevê que a usina principal disponha de uma unidade para geração do calor necessário à reação química e para arrefecimento de água e, por fim, de um laboratório de análises físico-químicas para verificação e controle dos níveis de qualidade da matéria-prima e do produto final. “O biodiesel produzido deve atender plenamente às especificações técnicas e normas de qualidade determinadas pela Agência Nacional do Petróleo”, enfatizou Bill Costa.

Tags: Paraná