Combustíveis: etanol produzido nos EUA queima mais que produz
Estudos feitos por acadêmicos das Universidades de Cornell e de Berkeley concluiram que os combustíveis alternativos como o álcool derivado de milho, produzido nos Estados Unidos, queimam mais energia do que produzem.
Os defensores alegam, porém, que a queima se dá de forma mais limpa do que os combustíveis fósseis e que reduzem a dependência do país em relação ao petróleo, além de dar aos produtores rurais um mercado adicional.
Para os pesquisadores da Universidade de Cornell e da Berkeley, é preciso 29% a mais energia fóssil para transformar o milho em etanol que o volume de combustível produzido no processo. Para a "switch grass", grama perene de clima quente encontrada nas Grandes Planícies e na parte leste da América do Norte, é preciso 45% a mais energia. Para a madeira são necessários 57%.
Para transformar soja em biodiesel é preciso queimar 27% mais energia fóssil. O mesmo ocorre com as fábricas de girassóis, disse o estudo.
"A produção de etanol nos EUA não beneficia a segurança energética do país, sua agricultura, economia e meio ambiente", segundo o estudo coordenado por David Pimentel, de Cornell, e por Tad Patzek, de Berkeley. Eles concluíram que o país ficaria melhor investindo em energia solar e de hidrogênio.
Para esses pesquisadores, os custos da energia usada na produção agrícola e nas colheitas não foram mencionados nos estudos que apoiaram a produção de etanol, disse Pimentel.
O estudo também omitiu US$ 3 bilhões em subsídios do governo federal e estadual que são conduzidos para a produção de etanol nos Estados Unidos a cada ano, o que esconde os custos reais, disse Pimentel. Cerca de 13,5 bilhões de litros de etanol foram produzidos no ano passado nos EUA, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis, um grupo de comercialização de etanol.
O setor de etanol alega que usar 30 bilhões de litros do produto por ano permitirá às refinarias usar 2 bilhões a menos de barris de petróleo.