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Biodiesel

Banco japonês confirma recursos de US$ 1,2 Bilhões para biocombustíveis


BiodieselBR - 01 jun 2006 - 21:07 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O Pólo Nacional de Biocombustíveis, sediado na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), será um dos beneficiados pela liberação de US$ 1,286 bilhões (R$ 2,897 bilhões), que virão do Banco de Cooperação Internacional do Japão (JBIC). A informação foi confirmada ontem pelo ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Em visita a Piracicaba, no ano passado, técnicos da instituição financeira estimaram que em torno de R$ 60 milhões seriam destinados ao pólo, para projetos. O valor não foi confirmado pelo coordenador do pólo, Weber Amaral.

Os recursos virão por conta de um acordo bilateral entre o Japão e o Brasil, e serão investidos no Programa Brasileiro de Agricultura Energética, que engloba projetos de etanol e biodiesel. Os governos brasileiro e japonês devem firmar em outubro o contrato para a liberação do montante, que deve estar disponível em abril de 2007.

Amaral relatou que é difícil precisar o valor que virá para o pólo e mesmo sua aplicação. “Como se trata de cooperação internacional, nós não temos a garantia do volume que vai ser aplicado no pólo, pois alguns detalhes ainda estão sendo negociados.”

Segundo Rodrigues, o projeto do banco japonês tem três vertentes: apoio ao desenvolvimento tecnológico, com foco no Centro de Agroenergia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e no Pólo de Biocombustíveis de Piracicaba; apoio formal para pequenos produtores que trabalham com etanol ou biodiesel; e um projeto de agregação de valor para apoiar agricultores cooperados que produzem etanol ou biodiesel.

Mesmo sem saber qual será o volume destinado ao pólo, Amaral avalia que a notícia é ótima. “É um estímulo e traduz o reconhecimento do trabalho desenvolvido aqui. Desta forma, com a citação do pólo pelo ministro, acredito que somos um parceiro importante para desenhar projetos de produção de etanol e biodiesel para pequenos e médios produtores, o foco dos japoneses”, disse.

Entre abril de 2005 e abril deste ano, o JBIC, em parceria com técnicos brasileiros, elaborou um estudo de 350 páginas que mapeou o setor de biocombustíveis no Brasil, do qual o pólo participou. Amaral explica que o montante a ser investido no Brasil será utilizado para projetos semelhantes ao desenhado para a Afocapi (Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba), uma unidade produtora de biocombustíveis, que receberá matéria-prima dos cooperados.

A decisão do governo japonês de investir na área de biocombustíveis no Brasil é resultado da iniciativa do próprio ministro Roberto Rodrigues. Em maio de 2004, ele esteve em Tóquio em busca de financiamentos para projetos no Brasil. “Levei ao JBIC a idéia da agroenergia, como um modelo de mudança do processo de combustíveis líquidos no mundo”, disse o ministro. Ele defendeu no Japão a mudança da civilização do petróleo para uma civilização voltada para a agroenergia.

“Em um ano, o JBIC produziu uma análise vigorosa e ampla do assunto, trazendo uma proposta real e concreta de financiamento ao Brasil “, disse Rodrigues.