Refinaria privatizada em Manaus para parcialmente por falta de petróleo
A Unidade U2111 da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, está paralisada desde o início desta semana por falta de petróleo, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP). A interrupção ocorre menos de um mês depois da aprovação da venda da refinaria para o Grupo Atem pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“A parada por desabastecimento é prova da incompetência da atual gestão da Reman, além de ser mais uma consequência da venda da refinaria para o setor privado, comprovando os alertas feitos por nós ao longo dos últimos meses”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
A Reman é responsável pelo suprimento da região Norte, produzindo principalmente GLP, nafta petroquímica, gasolina, querosene de aviação, óleo diesel, óleos combustíveis, óleo leve para turbina elétrica, e óleo para geração de energia e asfalto. A justificativa oficial da atual gestão da Reman para a nova paralisação é um problema com a balsa de transporte, segundo a FUP.
A operação de venda da Reman havia sido contestada em maio deste ano pela Federação, pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) e pelo Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), com a justificativa de que a privatização geraria monopólio na região e risco de desabastecimento.
A refinaria, que opera desde 2000 com capacidade de processamento de 7,3 milhões de litros de petróleo por dia – o equivalente a 46 mil barris a cada 24 horas – já se encontrava com a unidade UFCC paralisada. Com isso, apenas 3,4 mil barris/dia (7,4% da capacidade total) estavam sendo produzidos.
A parada da U2111, responsável pelo processamento do petróleo de Urucu, agrava a situação, deixando em funcionamento apenas uma unidade na Reman, a U2110, de acordo com as informações da FUP.
“Após a paralisação forçada de uma unidade, priorizando as importações de gasolina e GLP, agora a Petrobrás justifica a falta de produto alegando um problema logístico. Isso nunca aconteceu antes. É um absurdo completo que precisa ser denunciado”, finaliza o coordenador-geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro.