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Negócio

Preço do barril do petróleo se consolida acima dos US$ 80


Valor Econômico - 13 out 2021 - 09:09

Os contratos futuros do petróleo fecharam sem direção única ontem, encerrando uma sessão instável com perdas para a referência internacional da commodity e ganhos para a americana. Nos dois casos, o barril do petróleo ficou acima dos US$ 80, estabelecendo uma nova base de referência.

O contrato do petróleo tipo Brent para dezembro fechou em queda de 0,27%, a US$ 83,42 por barril na ICE, em Londres. Na segunda-feira ele havia subido 1,52%, fechando em US$ 83,65. Já o petróleo WTI para novembro subiu 0,14%, a US$ 80,64 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Na segunda-feira o WTI fechou em US$ 80,52, alta de 1,47%.

Os preços do petróleo continuam sendo puxados para cima pelos temores em torno da escassez de oferta de energia, mas os ganhos foram moderados ontem por uma revisão para baixo das projeções de crescimento global.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a economia global está começando a perder fôlego e revisou para baixo as projeções de crescimento global, a 5,9% em 2021, ante 6% da leitura anterior de julho, com a projeção de crescimento das economias avançadas, em especial, recuando a 5,2%, de 5,6%.

A escassez de gás natural e carvão antes do inverno no Hemisfério Norte fez com que alguns combustíveis como diesel e óleo combustível fossem trocados no setor de energia. Enquanto isso, o aumento dos custos de alimentos e combustível foi um dos motivos citados pelo FMI ao expressar preocupação com a perda de ímpeto da recuperação econômica global.

“A volatilidade nos preços do petróleo permanece elevada, com os investidores aguardando para ver como a crise global de energia se desenrola”, disse Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda, à Dow Jones Newswires.

“Parece não haver fim para a alta dos preços do petróleo”, afirmou Carsten Fritsch, analista do Commerzbank em relatório. “Este avanço só pode ser atribuído em partes à compra especulativa. A reunião mais recente da Opep +, cuja decisão foi não expandir seu fornecimento em maior medida, é um dos fatores que desencadeou o último aumento de preços.”

De acordo com a TotalEnergies, a demanda por óleo combustível está aumentando em partes da Ásia, já que o aumento dos preços do gás natural leva à mudança para outras formas de energia. “O que está acontecendo com o gás pode afetar alguns países asiáticos com economias emergentes”, disse ontem o presidente mundial da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, durante uma conferência em Paris. “Alguns países asiáticos estão voltando ao óleo combustível, o que pode ter um impacto no mercado de petróleo.”

“Há um dano real (na alta do petróleo) que está potencialmente à espreita nas questões da cadeia de abastecimento”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC. “É um potencial negativo real para a economia global.

O ritmo do aumento repentino do petróleo, combinado com o aumento dos preços de outras commodities energéticas e metais, está gerando inflação e ameaçando atingir as economias que estão se recuperando da crise pandêmica. Indústrias na Europa estão sendo forçadas a suspender ou fechar suas operações. Isso, por sua vez, pode pesar na demanda por petróleo. (Com agências internacionais)

André Mizutani e Matheus Prado – Valor Econômico