Negócio

Petróleo vai a máxima em 7 anos depois da Rússia reconhecer independência de regiões da Ucrânia


Seu Dinheiro - 22 fev 2022 - 09:52

Os contratos futuros de petróleo operam em forte alta na manhã de hoje em meio a temores de que a crise na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia coloque em risco a oferta da commodity.

O preço do barril do Brent, referência internacional, atingiu a máxima em sete anos durante a madrugada, negociado a US$ 97,76.

Por volta das 6h30, os futuros do Brent operavam em alta de 3,2%, ao US$ 95,98 por barril

Reconhecimento russo 

Ontem, a Rússia reconheceu a independência das regiões separatistas de Luhansk e Donetsk e autorizou o envio de tropas na condição de forças da manutenção de paz.

Enquanto o petróleo opera em alta de mais de 3% hoje, os principais índices de ações da Ásia fecharam em queda e as bolsas de valores europeias abriram no vermelho. Já os índices futuros de Nova York sinalizam abertura em forte queda em Wall Street.

Ameaças de sanções

Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais ameaçam a Rússia com duras sanções.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo, atrás apenas da Arábia Saudita. O país também é o maior produtor mundial de gás natural.

Moscou disse que suas tropas vão se envolver em operações de manutenção da paz em Donetsk e Luhansk, duas repúblicas autônomas ucranianas étnica e culturalmente identificadas com a Rússia.

O governo dos EUA qualificou como “absurda” a menção a “forças de manutenção de paz” e acusou a Rússia de estar em busca de um pretexto para a guerra.

'Implicações substanciais'

A crise no Leste Europeu acarreta o risco de "implicações substanciais" nos preços do petróleo, disse Sue Trinh, da Manulife Investment Management.

Sanções que forcem a Rússia a fornecer menos petróleo ou gás natural terão "impacto significativo na economia global", advertiu.

Maike Currie, diretora de investimentos da Fidelity International, disse que o petróleo pode ultrapassar US$ 100 por barril devido a uma combinação da crise na Ucrânia, um inverno frio nos EUA e uma falta de investimento em suprimentos de petróleo e gás em todo o mundo.

"A Rússia é responsável por um em cada 10 barris de petróleo consumidos globalmente, por isso é um player importante quando se trata do preço do petróleo e, é claro, vai realmente prejudicar os consumidores nas bombas de combustível", disse ela.

Ricardo Gozzi – Seu Dinheiro