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Negócio

Petróleo sobe até 2% em agosto em reação a novos apertos de oferta


Valor Econômico - 01 set 2023 - 08:48

O petróleo subiu em torno de 2% na sessão desta quinta-feira (31), a última de agosto, mês em que a commodity energética acumulou alta robusta. O movimento ocorre à medida que o mercado aposta em um aperto ainda maior da oferta global nos últimos meses de 2023.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para outubro fechou em alta de 2,45%, a US$ 83,63. Já o barril do Brent - referência global - para novembro avançou 1,87%, a US$ 86,83. No acumulado de agosto, as altas foram de 2,24% e 1,64%, respectivamente.

Passadas as preocupações com uma desaceleração mais drástica das economias desenvolvidas, o petróleo encontra na perspectiva de oferta insuficiente um fator para impulsionar a demanda no mercado futuro. Segundo Warren Patterson, estrategista-chefe de commodities do ING, tal tendência deve ser confirmada.

“Cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em particular os cortes voluntários da Arábia Saudita, levam o mercado a um esgotamento de reservas. Nós esperamos que essa tendência continue até o fim do ano, o que sugere que os preços ainda têm espaço para subir além dos níveis atuais”, avalia Patterson.

Ele nota, porém, que há dois principais riscos para tal previsão: o dólar forte, sob a expectativa de juros altos por um longo tempo nos EUA e a decepção com o cenário macroeconômico da China. Outros riscos como crescimento adicional da oferta iraniana de petróleo e um alívio das sanções americanas à Venezuela também não podem ser desprezados, acrescenta Patterson.

Sobre a China, o mercado de commodities recebeu bem a notícia de que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) reduziu o pagamento mínimo inicial para a compra de imóveis no país e cortou as taxas hipotecárias. Ambas as medidas podem dar algum fôlego ao setor imobiliário, cuja crise é uma das grandes responsáveis pelo enfraquecimento da atividade no gigante asiático.

Gabriel Caldeira – \Valor Econômico