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Negócio

Petróleo fecha em queda firme após dados fortes de estoque dos EUA


Valor Econômico - 02 fev 2023 - 09:27

Após uma abertura positiva, os contratos de petróleo inverteram o sinal e encerraram o dia em queda firme, no menor nível em três semanas, após dados mostrarem que os estoques de petróleo dos Estados Unidos subiram para o maior patamar desde junho de 2021.

O contrato futuro do petróleo Brent para o mês de abril fechou o dia em queda de 3,07%, negociado a US$ 82,84 o barril na ICE, em Londres. Ao mesmo tempo, a referência americana do West Texas Intermediate (WTI) para março caiu 3,10%, negociado a US$ 76,41 o barril na Nymex.

Mais cedo, dados do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos mostraram que os estoques da commodity no país aumentaram em 4,14 milhões de barris na semana encerrada em 27 de janeiro para 452,688 milhões. O dado veio bem acima das projeções de analistas consultados pelo "The Wall Street Journal", que previam estabilidade.

Diante desse aumento significativo, a oferta da commodity pode ser suficiente para substituir a potencial demanda vinda da União Europeia, após a proibição das importações de produtos da Rússia. Essa percepção acabou,por sua vez, arrefecendo a o sentimento otimista com a reabertura chinesa, que deu suporte aos preços desde o início do ano.

Com a surpresa dos dados de estoque, a reunião do painel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) acabou ficando em segundo plano. O Comité de Acompanhamento Ministerial Conjunto (JMMC, na sigla em inglês) do órgão confirmou que seguirá com os planos de corte mensal da oferta acordado em outubro.

Também estiveram no radar dos investidores as notícias que indicam que as grandes petrolíferas que passaram os últimos anos reforçando seu compromisso com a energia verde e a transição energética estão novamente focando em novos projetos de petróleo. "Na Guiana, aumentamos a produção bruta em mais de 160 mil barris por dia", disse Kathy Mikells, CFO da gigante Exxon, em teleconferência de ontem. A companhia pretende tirar a ênfase de seus projetos renováveis e maximizar os lucros de suas atividades de petróleo e gás. "Nossos investimentos estratégicos impulsionam o crescimento de longo prazo tanto na produção quanto nos lucros", completou Mikells.

Outro ponto de atenção ao longo do dia foi o Federal Reserve (Fed, banco central americano). Confirmando as apostas do mercado, a autarquia anunciou um aumento de 0,25 ponto percentual em sua taxa de juros, para 4,75% ao ano. Em seu discurso, o presidente da autarquia, Jerome Powell, disse que o banco central americano não pensa em pausar aumentos de juros entre reuniões e nem cortar os juros este ano.

Igor Sodré – Valor Econômico