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Negócio

Petróleo fecha em queda e encerra longa sequência de ganhos


Valor Econômico - 12 fev 2021 - 09:17

Os futuros do petróleo fecharam a quinta-feira (11) em queda e encerraram uma longa sequência de ganhos com os investidores preocupados com uma previsão menor de demanda para este ano.

Os contratos futuros do Brent para abril fecharam a sessão em queda de 0,53%, a US$ 61,14 o barril, na ICE, em Londres. Os preços do WTI para entrega em março terminaram o dia em queda de 0,74%, a US$ 58,24 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

“As condições da demanda continuam sendo uma fonte de preocupação para o mercado atual, já que a recente tendência de alta parece fortemente dependente de uma recuperação forte e estável durante o ano que vem”, disse Robbie Fraser, gerente de pesquisa e análise global da Schneider Electric, em um relatório diário.

“O risco de queda para essa perspectiva continua sendo uma fonte importante de preocupação”, disse Fraser, após a Agência Internacional de Energia (IEA) alertar que a recuperação atual permanece frágil.

Em um relatório mensal divulgado hoje, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu sua previsão de recuperação na demanda global de petróleo este ano. A Opep disse que espera que o apetite por petróleo aumente 5,8 milhões de barris por dia em 2021, uma queda de 100 mil barris por dia em relação à previsão de janeiro, para uma média de 96,1 milhões de barris por dia.

Anteriormente, a IEA, em seu relatório mensal, disse que a recuperação na demanda ultrapassará a produção crescente na segunda metade do ano e provocará "uma rápida redução dos estoques" do excesso de petróleo bruto acumulado desde a pandemia de covid-19.

No entanto, a IEA afirmou que permanece "cautelosa sobre as perspectivas para a demanda de petróleo" no primeiro trimestre, em parte devido a novas variantes do novo coronavírus, e revisou para baixo sua previsão do primeiro trimestre em 100 mil barris por dia, com a demanda agora prevista para diminuir em 110 mil barris por dia ano a ano, para 93,7 milhões de barris por dia.

No início desta semana, a Administração de Informações sobre Energia dos EUA (EIA) disse em um relatório mensal que espera que o consumo global de petróleo e combustíveis líquidos aumente 5,4 milhões de barris por dia em 2021. Essa previsão era 200 mil barris inferior à previsão de janeiro.

Ainda assim, o petróleo registrou um forte início em 2021, com WTI e Brent subindo mais de 11% no ano até o momento. Os ganhos foram atribuídos ao otimismo sobre o lançamento das vacinas e, mais recentemente, às expectativas que o Congresso dos EUA aprovará uma rodada de suporte fiscal próxima à proposta de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden, o que deve impulsionar a recuperação econômica.

Ao mesmo tempo, a Opep e seus aliados, um grupo conhecido como Opep +, cumpriram, em grande parte, as restrições à produção. Além disso, a Arábia Saudita cortou unilateralmente a produção em 1 milhão de barris por dia em fevereiro e março.

“Em vista das muitas restrições, o mercado de petróleo dos EUA em geral está em bom estado”, escreveram analistas do Commerzbank, em nota divulgada hoje. “Em nossa opinião, no entanto, os fatores de suporte de preço já estão suficientemente refletidos nos altos preços de hoje, o que significa que mesmo um ligeiro aumento na percepção de risco entre os investidores deve colocar os preços do petróleo novamente sob pressão”, concluem.