PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Negócio

Petróleo fecha em queda e devolve parte da alta de 4% com conflito em Israel


Valor Investe - 11 out 2023 - 09:14

O petróleo encerrou a sessão de hoje em baixa, em correção após os fortes ganhos de 4% na véspera, quando o mercado reagiu à possibilidade de que o conflito entre Israel e Hamas prejudique o fluxo da produção do Oriente Médio ao resto do mundo.

O petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para dezembro fechou em queda de 0,56%, a US$ 84,13 por barril. Já o petróleo Brent para dezembro cedeu 0,57%, a US$ 87,65 por barril.

Embora tenha corrigido parte dos ganhos de ontem, o mercado segue apreensivo com as consequências do ataque do Hamas e a contraofensiva de Israel sobre a oferta global da commodity. Segundo analistas da Rystad Energy, o impacto deve se concentrar em atores secundários ao conflito, já que a produção israelense, que pode ser paralisada, oscila em torno de 20 mil barris por dia (bpd), um montante pequeno em relação aos maiores produtores de petróleo do mundo.

A preocupação da consultoria está principalmente no Irã, acusado por Israel de ter apoiado o ataque do Hamas no último fim de semana. Se a tensão entre Tel Aviv e Teerã escalar, as autoridades israelenses podem pressionar os EUA a endurecer a postura sobre o Irã, o que ameaçaria o aumento de 700 mil bpd na produção iraniana de petróleo que veio com a melhor relação entre os dois países durante o governo de Joe Biden, especula a Rystad Energy.

Outro risco para a oferta de petróleo pode vir da “suspensão no processo de normalização diplomática” entre outras nações islâmicas, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. “Se a Arábia Saudita optar por estender seus cortes voluntários de produção até 2024, o aperto no mercado deverá persistir, sustentando preços do petróleo ainda mais altos no próximo ano e pressionando os custos dos combustíveis e a inflação”, diz a consultoria em relatório. Diante dos novos fatos, a Rystad vê chance maior de que o petróleo termine o ano perto dos US$ 91 por barril, limite superior de sua projeção.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico