Petróleo fecha em alta após fim de semana tenso na Rússia
Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (26), enquanto os mercados avaliavam os impactos do motim de mercenários que trouxe tensão para a Rússia durante o fim de semana.
O barril do petróleo do Brent, a referência global, para agosto subiu 0,46%, a US$ 74,35, enquanto o WTI, a referência americana, com entrega prevista para o mesmo mês, avançou 0,30%, a US$ 69,37.
O medo era que algum tipo de "guerra civil em formação pudesse prejudicar a capacidade da Rússia de exportar petróleo", disse Stewart Glickman, analista de ações em energia da CFRA Research. Isso pode acontecer com danos a oleodutos ou portos onde o petróleo é descarregado em navios, disse ele.
Apesar do ganho, a alta no petróleo foi modesta. "Os preços do petróleo continuam a ser atenuados por preocupações sobre futuros aumentos de taxas pelos banqueiros centrais e a força do crescimento econômico", disse a Stratas Advisors em uma nota. A avaliação também é compartilhada pela Janus Henderson.
“Os preços do petróleo continuaram a ser negociados em uma faixa bastante restrita nos últimos meses, com o petróleo Brent em uma média de aproximadamente US$ 76 por barril”, escreve Noah Barrett, analista de pesquisa para Energia e Serviços Públicos na Janus.
O profissional pontua que as ações recentes da Opep+, lideradas pela Arábia Saudita, visando elevar os preços por meio de uma série de cortes voluntários e coordenados no fornecimento ainda não surtiram efeito. “Essas ações devem dar suporte aos preços do petróleo, mas levará algum tempo para que os estoques globais reflitam esses cortes de oferta”, comenta.
Além disso, o analista cita que algumas fontes de fornecimento, principalmente a Rússia e o Irã, têm sido “mais resistentes” do que o esperado e, do lado da demanda, a China continua a ser a área mais observada do mercado.
Ainda assim, de modo geral, o profissional diz continuar confiante de que uma redução constante dos estoques será vista até o segundo semestre de 2023 e, “na ausência de uma recessão global sincronizada, a demanda por petróleo permanecerá saudável o suficiente para elevar os preços em relação aos níveis atuais”, escreve Barrett.
Igor Sodré – Valor Econômico