Petróleo fecha em alta após anúncio de corte de produção da Opep+
Os contratos futuros do petróleo sobem depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciaram um novo corte de produção da commodity pela primeira vez em mais de um ano, em resposta à expectativa de queda da demanda devido à desaceleração econômica global e à possível entrada do petróleo iraniano no mercado.
O contrato do petróleo Brent para novembro - a referência global do petróleo - fechou em alta de 2,92%, a US$ 95,74 por barril. A Bolsa de Mercadorias de Nova York, onde o petróleo WTI americano é negociado, não abriu nesta segunda-feira, devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA.
A Opep+ (grupo que inclui a Rússia) anunciou que deve implementar um corte de cerca de 100 mil barris de petróleo por dia, revertendo o aumento de produção prometido pelo grupo depois de uma visita do presidente americano, Joe Biden, à Arábia Saudita, no mês passado.
A Rússia se opõe a uma redução na produção da Opep, informou o Wall Street Journal, citando pessoas familiarizadas com o assunto, enquanto a Arábia Saudita propôs o corte após os preços caírem pelo terceiro mês consecutivo em agosto. Em três meses, a queda já atinge 25%. A Rússia estaria preocupada com a possibilidade de que um corte na produção sinalize que a oferta global de petróleo é maior que a demanda, enfraquecendo sua influência nas negociações de energia, segundo o Journal.
Os preços do petróleo foram impulsionados também pelos temores gerados pela crise energética na Europa, reforçados depois do anúncio da estatal russa Gazprom, na sexta-feira passada, de que o fornecimento de gás natural por meio do gasoduto Nord Stream 1 será interrompido indefinidamente. O anúncio alimentou uma alta de 25% nos preços do gás natural TTF – referência para os preços praticados na Europa – e pressionou os mercados europeus hoje diante de um agravamento da crise energética.
André Mizutani – Valor Econômico