PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Negócio

Opep quer cortar produção para valorizar petróleo


Financial Times - 03 out 2022 - 09:16

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados planejam um corte substancial na produção para conter a queda dos preços, segundo pessoas próximas às discussões. O grupo se prepara para se reunir de forma presencial nesta semana, pela primeira vez desde março de 2020.

O grupo, que é liderado por Arábia Saudita e Rússia, deve discutir na quarta-feira um corte de produção que pode totalizar mais de 1 milhão de barris por dia. Esse seria de longe o maior corte desde o início da pandemia e equivalente a mais de 1% da oferta global.

A medida ameaça aumentar os preços do petróleo em um momento em que grande parte do mundo está lutando para reduzir os custos de energia e pode criar uma ruptura potencial com os EUA, onde o presidente Joe Biden vem tentando reduzir os preços dos combustíveis antes das eleições legislativas de novembro.

Mas duas pessoas informadas sobre a posição da Arábia Saudita dizem que os sauditas desejam reduzir a produção tanto para dar suporte aos preços quanto para manter alguma capacidade de produção em reserva. Os sauditas temem que a produção russa possa cair acentuadamente no fim deste ano, como consequência das sanções ocidentais contra suas exportações de petróleo.

A Rússia também seria a favor de um corte na produção diante da queda de sua receita com petróleo nos últimos meses, com os compradores forçando grandes descontos após a invasão da Ucrânia. A recente recuperação do rublo também reduz o valor que a Rússia recebe em sua moeda pelas vendas de petróleo - precificadas principalmente em dólares.

Pessoas próximas às negociações disseram que os cortes podem totalizar de 500 mil barris por dia a 1 milhão b/d para o grupo como um todo, mas a Arábia Saudita pode anunciar um corte adicional unilateral na produção.

Amrita Sen, da Energy Aspects, disse que o grupo está muito preocupado com o risco de uma desaceleração global e seu impacto sobre o consumo nos países emergentes, por isso “considera grandes cortes para evitar qualquer possível reação da demanda”.

Depois de reduzir a produção em abril de 2020, com o colapso da demanda por petróleo durante a pandemia, o grupo passou a maior parte dos últimos dois anos adicionando barris de volta ao mercado.

Mas depois de elevar a produção em julho e agosto, no mês passado a Arábia Saudita mudou de rumo e levou a Opep+ a reduzir a produção em 100 mil b/d em resposta à queda nos preços do petróleo.

David Sheppard – Financial Times

Tags: Opep Petróleo