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Negócio

Brasil vai dobrar importação de diesel fóssil nos próximos 10 anos


Assessoria Ubrabio - 26 out 2015 - 09:38

A importação de diesel para abastecer o mercado nacional vai saltar para 22,6 bilhões de litros/ano em 2025, segundo dados apresentado nesta quinta-feira (22), pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), durante reunião do Grupo de Fluxo Logístico (GLP): “Perspectivas de abastecimento de combustíveis nas regiões Centro-Oeste e Sudeste no decênio 2015-2025”.

Atualmente o Brasil importa 11 bilhões de litros para atender a demanda interna. A previsão era de que o país se tornasse autossuficiente na produção de diesel fóssil nos próximos 10 anos, com perspectivas inclusive de exportação do combustível. Mas o atraso para o início das operações das refinarias de Abreu de Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio de Janeiro, acabou mudando essa previsão, e o Brasil continuará importando grandes volumes de diesel fóssil em 2025.

Em abril, a ANP havia anunciado que a projeção para 2025 era de importação de 24,3 bilhões de litros/ano. Embora a projeção tenha diminuído, essa queda está mais ligada à desaceleração da economia que à capacidade de refino nacional.

Para o consultor técnico da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donato Aranda, esta é uma grande oportunidade para o aumento do uso e produção de biodiesel.

Em tramitação na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, o PLS 613/2015, estabelece um cronograma de aumento da mistura de biodiesel ao diesel comercializado no Brasil, atualmente em 7% (B7). A proposta é que a mistura passe para B8 imediatamente, com previsão de aumento semestral para B9 e B10 no próximo ano.

O aumento gradativo ajuda a diminuir o déficit da balança comercial, pois reduz a dependência de diesel importado e favorece a indústria nacional.

Segundo Aranda, que participou da reunião do GFL no Rio de Janeiro, o aumento da mistura de biodiesel, além de diminuir a ociosidade da indústria com a consequente ampliação da produção, ajuda a reduzir os problemas relacionados à importação do diesel fóssil, já que o próprio GFL reconhece que não existe infraestrutura para receber o volume adicional projetado de diesel fóssil importado, e que ainda não há alternativa para resolver a questão.