Acelen anuncia contratos com parceiros para construção de biorrefinaria na Bahia
A Acelen Renováveis, do grupo Mubadala, assinou contratos com parceiros estratégicos para o desenvolvimento de uma biorrefinaria na Bahia, ao lado da refinaria de petróleo de Mataripe (ex-Rlam), comprada da Petrobras, informou a companhia em comunicado.
A biorrefinaria tem investimentos previstos de R$ 12 bilhões nos próximos 10 anos, para produção a partir de 2026 de 1 bilhão de litros de combustível sustentável de aviação SAF e diesel renovável HVO, a partir de matérias-primas provenientes da macaúba, uma árvore nativa do Brasil com alta produtividade de óleo, entre outras.
A empresa também pode usar o óleo de soja no início das atividades, enquanto ainda se desenvolvem os cultivos da macaúba, cujo óleo abastecerá a biorrefinaria.
Quando anunciou o projeto, em abril deste ano, a Acelen afirmou que poderia ser, em um primeiro momento, a maior consumidora brasileira de óleo de soja do Brasil.
Segundo a Acelen, serão plantados 200 mil hectares da cultura no país, além de outras safras nativas, priorizando o uso de terras degradadas.
“Estamos comprometidos em acelerar ainda mais a transição energética no Brasil, com base em um projeto transformador que colocará o país como líder na produção de combustíveis renováveis”, afirmou em nota o CEO da Acelen, Luiz de Mendonça.
Dentre os contratos assinados, a Acelen anunciou nesta sexta-feira, durante a COP28, em Dubai, que escolheu a tecnologia da Honeywell para produzir HVO e SAF na biorrefinaria.
A tecnologia Honeywell Ecofining, que já foi selecionada para uso em mais de 40 plantas em todo o mundo, produz combustível de aviação sustentável, que ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 80%, quando comparado às emissões dos combustíveis fósseis, afirmou em nota o parceiro.
Além disso, a Acelen fechou parceria com a Alfa Laval, responsável por desenvolver e implantar a solução de refino dos óleos vegetais, e a AFRY, empresa selecionada para realizar a engenharia básica da unidade e a execução de serviços de consultoria visando a obtenção da Licença Ambiental de Alteração (LA) necessária ao projeto.
Ainda durante a COP-28, a Acelen reiterou que atuará no desenvolvimento da macaúba na Bahia e na revitalização do cultivo de dendê, apoiando também o governo da Bahia no mapeamento e identificação das áreas de aptidão para o cultivo da macaúba, com ênfase na estruturação de acordos para implantação de polos agroindustriais na região.
Com o governo de Minas Gerais, a Acelen Renováveis informou o início da implantação de um Centro de Inovação e Tecnologia Agroindustrial (CITA), em Montes Claros, onde será construído um local para pesquisa, aprimoramento e desenvolvimento da macaúba.
A Mubadala Capital, com sede nos Emirados Árabes Unidos, e a Petrobras assinaram em setembro um acordo para explorar oportunidades de cooperação e um possível investimento por parte da Petrobras no projeto de biocombustíveis em desenvolvimento pela Acelen.
A Acelen também afirmou nesta sexta-feira que mira o mercado de biocombustíveis dos Estados Unidos, com a abertura de um escritório em Houston.
Marta Nogueira – Reuters