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Bioquerosene

País deve investir em biocombustíveis de aviação para reduzir emissões


Assessoria Ubrabio - 02 dez 2016 - 15:10

 
A concretização do plano de longo prazo para o desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil – a ser lançado pelo governo federal sob o nome de RenovaBio 2030 – pode gerar investimentos de até R$ 5 bilhões em refinarias para produção de bioquerosene com a geração de 60 mil postos de trabalho nos próximos anos. A estimativa foi apresentada pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) ao diretor de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, na última terça-feira (29).

Segundo o diretor de Biocombustíveis de Aviação da Ubrabio, Pedro Scorza, o investimento no desenvolvimento da cadeia de bioquerosene se justifica ambiental e socioeconomicamente. Scorza, que também representa a GOL Linhas Aéreas, explicou que o bioquerosene é uma solução efetiva para o cumprimento das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa e que a companhia aérea tem interesse em comprar o biocombustível, desde que haja paridade de preço com o fóssil.

“Tornar o setor aeronáutico mais sustentável é um desafio que pode ser superado com o desenvolvimento de cadeias de biomassa para produção do combustível renovável de aviação. Há quatro anos, a Ubrabio e a GOL vêm trabalhando na estruturação de uma cadeia para o bioquerosene, em conjunto com diversos stakeholders”, conta.

Segundo o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, a necessidade de investir na produção de bioquerosene como parte do esforço para evitar o aumento da temperatura global foi discutida também durante a Conferência Mundial do Clima (COP 22), no Marrocos. “No céu não tem tomada. O bioquerosene se mostra como a alternativa mais viável para substituir o querosene fóssil e é a opção que pode atender mais rapidamente essa necessidade do setor de aviação”, aponta Tokarski.

No início de novembro, o Brasil participou da COP 22, que culminou com a Declaração de Marrakech, onde chefes de Estado e de delegações de todos os países envolvidos com o Acordo de Paris confirmaram o compromisso de redução das emissões de gases do efeito estufa como forma de conter o aquecimento global. No Acordo, o governo brasileiro comprometeu-se oficialmente a cortar as emissões do país em 37% até 2025, e em 43% até 2030, tendo como base o ano de 2005.

Paralelamente, o setor de aviação internacional – que representa cerca de 2% das emissões globais, com perspectivas de amplo crescimento até 2050 – firmou um acordo para neutralizar as emissões a partir de 2020. O documento, definido na 39ª Assembleia da Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci) estabelece que, a partir de 2021, empresas aéreas com voos partindo ou chegando dos países signatários reduzam ou compensem as emissões que ultrapassem os níveis de 2020.

Para o representante da Embraer Marcelo Gonçalves, os biocombustíveis de aviação são “uma baita oportunidade para o Brasil”. “Esse mercado vai ser necessário. Quem pratica voos internacionais vai ter que mitigar emissões. A solução é o biocombustível aeronáutico”. Marcelo destacou ainda os benefícios sociais e econômicos de investir nessa indústria. “A indústria vai requisitar mão de obra qualificada e exigir modelos de formação interdisciplinares”.

RenovaBio

Já o diretor de Biocombustíveis do MME, Miguel Ivan Lacerda, destacou que o Brasil acerta ao apostar nos combustíveis renováveis e que a proposta da plataforma RenovaBio 2030 é chamar os elos da sociedade e da indústria para construção de uma agenda transparente e estratégica, para que o setor possa crescer com “previsibilidade, tranquilidade e segurança”, conforme as palavras do ministro Fernando Coelho Filho.

Rede de Bioquerosene

Durante o encontro também foi articulada a estruturação de uma Rede Brasileira de Pesquisa em Bioquerosene.

A iniciativa é fruto do diálogo entre os pesquisadores Donato Aranda (UFRJ/Ubrabio), Nataly Albuquerque dos Santos (UFPB) e Amanda Duarte Gondim (UFRN), o MME e os representantes da iniciativa privada presentes na reunião.

Com adaptação BiodieselBR.com