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Bioquerosene

Nasa confirma que biocombustível de aviação reduz emissão em até 70%


Jornal do Ar - 22 mar 2017 - 09:46

A aviação pode ficar mais amiga do ambiente. Ensaios realizados pela NASA, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) e o Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá (NRC), concluiu que uma mistura com metade de combustível de aviação convencional e metade de biocombustível, reduz as emissões de partículas de fuligem liberadas pelos motores das aeronaves entre 50% e 70%. O estudo foi publicado pela revista científica Nature.

Os resultados foram obtidos numa série de ensaios que forneceram informações sobre as emissões de poluentes geradas pelo uso de biocombustíveis na aviação. A meta foi medir como eles podem contribuir para tornar o transporte aéreo mais limpo não só pela nas proximidades dos aeroportos, mas também em voo de cruzeiro.

Os motores das aeronaves emitem partículas de fuligem. Estes servem de núcleos de condensação de gotículas e cristais de gelo, que levam a formação dos contrails – aqueles rastros de vapor que se formam atrás dos aviões. Tais cristais de gelo podem permanecer por várias horas nas condições frias e úmidas de altitudes entre 8 a 12 quilômetros. Esses cristais formam nuvens altas – conhecidas como contrail cirrus – que alteram as condições de radiação na troposfera e o ciclo de chuvas modificando o clima.

Pode parecer apenas um detalhe, mas, segundo Hans Schlager, coautor do estudo e pesquisador do DLR, essas nuvens têm um impacto no clima “semelhante ao total de emissões de carbono do setor de aviação acumuladas ao longo dos últimos de 100 anos”. “A possibilidade de reduzir emissões de fuligem dos motores em mais da metade utilizando biocombustíveis abre caminho para a redução do impacto climático”, afirma.

Durante os testes realizados em 2014, um avião Dassault Falcon do DLR equipado com sensores especiais, voou no rastro dos motores de um DC-8 da NASA que havia sido abastecido com uma mistura entre combustível convencional Jet A1 e biocombustível de éster hidroprocessado e ácidos graxos (Hefa) fabricado a partir do óleo da camelina.

De acordo com Rich Moore, cientista da NASA e principal autor do artigo da Nature, essa foi a primeira vez que partículas de fuligem emitidas pelos motores a jato a partir da queima de biocombustível foi quantificada.

Os testes foram realizados a partir do Centro de Pesquisa de Voo Armstrong da NASA, em Palmdale, na Califórnia.

Um resumo do artigo pode ser acessado clicando aqui.

Com adaptação BiodieselBR.com