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Produção de biodiesel no Mato Grosso cai 13,7%


. - 24 out 2011 - 08:16 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:18

Produção de biodiesel em Mato Grosso caiu 13,7% de janeiro a agosto deste ano na comparação com igual período de 2010. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que nos primeiros 8 meses de 2011 foram produzidos 342,187 milhões de litros, contra 396,714 milhões (l) do ano anterior. A baixa está relacionada à desvantagem mato-grossense em relação a outras unidades da federação produtoras, onde segundo os industriais, a carga tributária é menor.

Nas estatísticas da ANP, Mato Grosso aparece na segunda posição no ranking nacional de estados produtores, ficando atrás do Rio Grande do Sul, que produziu 579,314 milhões de litros no período analisado. Em terceiro lugar aparece Goiás, com um total de 306,625 milhões (l). Em todo o país, a produção totalizou 1,711 bilhão de litros, alta de 8,9% sobre os 1,570 bilhão do ano anterior.

O secretário do Sindicato das Indústrias de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio/MT), Rodrigo Prosdócimo Guerra, afirma que a produção estadual está aquém da capacidade e que o governo precisa incentivar os produtores. Na avaliação dele, este estímulo viria com a elaboração de um novo marco regulatório para o produto, usado para o abastecimento de veículos. O combustível é mais vantajoso por ser uma energia limpa, derivada de vegetais e sebo bovino, que sua combustão emite menos poluentes na atmosfera.

Atualmente, a mistura autorizada pelo governo é de 5%, o chamado B5. “O país tem uma capacidade produtora para que a mistura chegue a 10% ou 12%. No entanto para que isso ocorra é necessário que o governo altere o marco regulatório, o que até agora não tem previsão para ocorrer”, diz Guerra ao informar que a comercialização também é restrita, uma vez que as indústrias produtoras podem vender o produto apenas para a Petrobras, por meio de leilões realizados pela ANP.

A próxima venda pública está marcada para novembro, com entrega prevista para ocorrer entre janeiro e março. Outro impeditivo, além da carga tributária, é citado pelo setor produtivo. Segundo o secretário do Sindibio, o governo criou um sistema de precificação na hora de vender o biodiesel que leva em consideração a origem do produto e o destino após a venda. Neste sistema, quanto mais longe, menor é o índice (que determina o valor a ser pago), o que reduz a competitividade do combustível mato-grossense. “No último leilão, o litro do biodiesel de Mato Grosso foi vendido em média de 10 centavos mais barato em relação aos demais estados participantes”.

Quem também critica este sistema criado pelo governo federal é o diretor-presidente da indústria Fiagril, Miguel Ribeiro. A unidade está localizada em Lucas do Rio Verde e está em operação desde 2008. Tem capacidade para produzir 120 mil toneladas por ano de biocombustível a partir de óleos vegetais e gordura animal. Apesar da ampla capacidade produtiva, Ribeiro diz que a produção está inferior, motivado pelas questões de mercado como concorrência e falta de incentivo do governo. “Nossa expectativa é que o governo publique um novo marco regulatório em breve para que a produção seja ampliada e tenha garantia de venda”.

Frente Parlamentar
Este mês foi lançada em Brasília, a Frente Parlamentar em Defesa do Biodiesel, que vai intermediar as negociações junto ao governo para que sejam implantadas medidas de estímulo à produção, que incluem aumentar no consumo do biocombustível, vencer os entraves logísticos e a alta tributação, que dificultam a competitividade e as exportações.

Fabiana Reis
Fonte: Gazeta Digital

Tags: Mato grosso