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Os avanços do pinhão-manso


BiodieselBR.com - 30 mai 2011 - 12:30 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:16

No último dia 26 aconteceu em Brasília a 11ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Durante o encontro foram apresentados em primeira-mão os números mais recentes relacionados ao cultivo do pinhão-manso no Brasil e os avanços na área de pesquisa dessa oleaginosa.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou a evolução dos números da safra brasileira dessa oleaginosa ao longo da 2010 e 2011. É o segundo levantamento que a empresa divulga sobre essa cultura. Segundo os dados tabulados, o pinhão-manso está presente em 73 municípios de 10 estados brasileiros – Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

Entre o primeiro e o segundo levantamento, a área plantada com pinhão-manso subiu de 39 mil para 41,1 mil hectares. Isso não significa, contudo, que a área plantada esteja em crescimento, apenas que novas áreas produtoras ainda estão sendo identificadas e catalogadas.

O maior produtor é o Pará com 30 mil hectares. Contudo, a produção paraense está concentrada num único município e, segundo o levantamento, está em estado de semiabandono, o que indica claramente que essa ainda é uma cultura experimental que implica em riscos aos agricultores que resolverem apostar nela. Apesar disso, o estudo indica que as lavouras em 7 dos 10 estados produtores estão em condições entre regulares e boas de produção.  

Avanços
Já o pesquisador Bruno Laviola apresentou os esforços que a Embrapa Agroenergia vem realizando para a melhoria genética, dos sistemas de produção e dos processos de industrialização ligados ao pinhão-manso. Segundo o pesquisador, entre 2010 e 2014, a Embrapa tem garantido recursos equivalentes a R$ 7,4 milhões para as pesquisas da área – soma de um financiamento de R$ 6,8 milhões da FINEP e outro de € 260 mil da União Europeia.

De acordo com o pesquisador, o pinhão-manso tem despertado forte interesse na comunidade científica global. Em 2010, o número de artigos científicos publicados sobre a planta chegou perto de 200, superando de longe os 120 artigos publicados sobre a tradicionalíssima cultura do café arábica.

Entre as atividades de pesquisa mais relevantes para o desenvolvimento da cultura no Brasil está a formação de um banco de germoplasma com 220 acessos de diversas regiões brasileiras. Este trabalho está permitindo não apenas o aprimoramento da descrição botânica das variedades, como também, o aceleramento na seleção das cultivares detentoras das características mais promissoras para o processo de melhoramento genético.

Segundo dados apresentados pelo pesquisador, já foram registradas produtividades de até 4.500 quilos de grãos entre as variedades de identificadas pela Embrapa (veja gráfico). Também foram encontrados acessos não tóxicos de pinhão-manso, o que permitiria seu aproveitamento na produção de ração animal e deixaria o cultivo em larga escala mais perto da viabilidade financeira.

Apesar dos sinais promissores, o pesquisador ressaltou que os resultados são preliminares e ainda falta um longo caminho a percorrer para que o pinhão-manso deixe de ser só uma promessa vaga. Atualmente a produtividade real das lavouras fica em 1000 Kg de grãos por hectare, mas Laviola considera que somando melhoria genética, manejo adequado e o uso de reguladores de crescimento é realista pensar em rendimentos de até 5 toneladas por hectare.

Clique na imagem para ampliar:

Pinhão-manso produtividade


Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com