Argentina deve triplicar a produção de biodiesel até 2015

A produção de biodiesel da Argentina, um dos principais exportadores mundiais do produto, deverá crescer quase três vezes, chegando a 7 milhões de toneladas até 2015. A afirmação foi feita nessa terça-feira pelo executivo de uma das maiores empresas agroindustrial do país vizinho.

A produção argentina de biodiesel atingiu seu auge graças a uma demanda local e internacional cada vez maior e ao custo relativamente baixo do óleo de soja, produto do qual o país é o principal exportador global.

“Esse é um setor em franco crescimento, com um futuro muito importante porque há uma demanda internacional persistente”, disse à agência de notícias Reuters, Roberto Urquía, um dos proprietários da gigante agroexportadora AGD (Aceitera General Deheza).

A companhia da família Urquía é uma das mais importantes exportadoras de alimentos e biocombustíveis do país, no qual, segundo dados oficiais, se produzem 2,5 milhões de toneladas de biodiesel por ano.

“Estimamos que, com os investimentos que estão em curso e os que estão em análise, a Argentina poderá chegar a produzir 7 milhões de toneladas de biodiesel em 2015”, diz Urquía, ao falar na reunião anual da cadeia de valor de biocombustíveis realizada na cidade de Avellaneda, na província de Santa Fé.

A expansão do biodiesel na Argentina tem sido favorecida por políticas oficiais que obrigam o setor energético a misturar o diesel mineral com uma parcela de biodiesel que, atualmente, está em 7%, embora a indústria aspire que essa proporção seja elevada para 10%.

“A produção de biocombustíveis em 2007 foi de 200 mil toneladas e, hoje, já estamos com uma capacidade instalada de 3 milhões de toneladas de biodiesel, das quais 1,4 milhões de toneladas é exportada”, disse Fernando Pélaez, presidente da Câmara Argentina de Biocombustíveis (Carbio). “Temos que aumentar a mistura para 10% para que possamos seguir crescendo”, falou.

Segundo o ministro do Planejamento, Julio De Vido, a Argentina vai produzir um milhão de toneladas a mais de biodiesel entre 2012 e 2013. Devemos “fundamentalmente integrar o setor de biocombustíveis de forma ativa na matriz energética nacional”, disso o ministro.

A soja é de longe o principal cultivo do país. O Ministério da Agricultura da Argentina espera que a produção de soja na safra 2011/2012 fique entre 52 e 53 milhões de toneladas.

Nicolás Misculin
Fonte: Reuters
Tradução BiodieselBR.com